Encontro entre representantes do Governo Federal, Estadual e Municipal ratificou anúncio de aporte para ajudar no custeio dos serviços da instituição
Em um esforço conjunto entre governos federal, estadual e municipal, foi ratificado ontem, em Porto Alegre, o aporte financeiro de 15 milhões para a Fundação Universitária de Cardiologia – Instituto de Cardiologia. O recurso será utilizado para custeio dos serviços de saúde da instituição, que entrou recentemente em recuperação judicial. O anúncio contou com a presença do secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães Jr., a secretária Estadual de Saúde, Arita Bergmann, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, e o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter.
Antes do anúncio, e equipe médica do Instituto de Cardiologia apresentou dados sobre a história e a importância da instituição no RS. Até o momento, mais de 80% das internações e mais de 70% das cirurgias realizadas na rede do grupo foram via SUS. O representante do Ministério da Saúde, que também preside o Conselho de Administração do Grupo Hospitalar Conceição, ressaltou a destinação da verba como forma de evitar “risco de fechamento” do Cardiologia. “Eu fiquei muito impressionado com a situação. Este é um patrimônio nacional na saúde. O aporte é ancorado no compromisso de mudanças na governança”, contou Magalhães Jr., que recebeu uma homenagem.
Conforme o advogado Sílvio Luciano Santos, da MSC Advogados, responsável pela recuperação judicial do grupo, serão aportados R$ 12,8 milhões de forma retroativa, de janeiro a outubro de 2023, além de duas parcelas de R$ 1,3 milhão referentes aos meses de novembro e dezembro. Além disso, a partir 2024, por prazo indeterminado, haverá o repasse de R$ 1,280 milhão por mês para manter o instituto. “Esse aporte, sem sombra de dúvidas, acaba sendo muito importante, apesar dele não ser utilizado para pagamento das dívidas sujeitas à recuperação judicial. Ele vem para reforçar a permanência do Instituto de Cardiologia no mercado. Um instituto tão querido por todos e que presta um serviço muito nobre, um serviço insubstituível para a população gaúcha”, ressaltou Santos.
A secretária Arita Bergmann destacou a união de esforços dos três entes da federação na busca por soluções para o Instituto de Cardiologia. “A recuperação judicial foi uma opção da instituição e nós estamos acompanhando esse processo. Trata-se de uma instituição de suma importância para o RS, pois aqui são referenciados pacientes praticamente todo o estado, além da expertise que essa instituição tem na área de formação, de transplantes e do cuidado com pacientes com problemas de ordem cardiológica”, completou.
O prefeito Sebastião Melo também reforçou a necessidade de cuidar do futuro da instituição após o aporte financeiro. “Hoje, em Porto Alegre, são repassados R$ 13 milhões por mês para os hospitais. Não há dinheiro para tudo. E este é um hospital estratégico para Porto Alegre e para o RS. Nós precisamos também rever a Tabela SUS”, citou o prefeito.
O diretor-presidente do Instituto de Cardiologia, Marne de Freitas Gomes, lamentou que a entidade tenha chegado, nos últimos anos, em um nível crítico de deficit orçamentário. “Nós não podemos parar de atender. O nosso paciente não pode esperar e eu não tenho coragem de deixar de atender ele. A nossa crença é que nós vamos retomar os atendimentos e seguir salvando vidas”, finalizou.
Correio do Povo
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