segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

A história da Revolução de 1923

 No último ano seção do Correio do Povo abordou a temática




Os leitores da seção “Há Um Século no Correio do Povo” puderam acompanhar os bastidores e a cobertura imparcial que o Correio do Povo realizou sobre a Revolução de 1923 e os seus desdobramentos.

As matérias publicadas pelo jornal, na época, tinham a preocupação em relatar os fatos como realmente tinham acontecido, o que aumentou significativamente a credibilidade do veículo junto à opinião pública, que vivia momentos de angústia e em muitos casos, de muita tristeza pelo que se passava no Estado.

É que o outro jornal que circulava na época, com grande alcance e tiragem, era A Federação, órgão de comunicação do Partido Republicano Rio-grandense (PRR), partido de sustentação do presidente do Estado, Antônio Augusto Borges de Medeiros, e que tinha como pauta principal a defesa do governo.

Buscando sempre noticiar os fatos que envolviam tanto os legalistas, identificados pelo lenço branco, “chimangos", como os "maragatos", que eram os revolucionários com os seus lenços vermelhos, o Correio do Povo marcou presença importante também ao se identificar com a vontade que a população gaúcha tinha em alcançar a democracia como seu instrumento de luta.

Os quatro mandatos exercidos por Borges de Medeiros, no comando do Estado, provocaram uma enorme insatisfação da população, pois continuavam os governos de Júlio de Castilhos. O movimento revolucionário, liderado por Assis Brasil, em pouco tempo, conquistou a simpatia da maioria dos gaúchos. Noticiou-se, várias vezes que, nas cidades por onde passavam os revolucionários, em todas as circunstâncias, eram saudados pela população local, sendo que até flores eram jogadas durante a passagem dos soldados, em diferentes comunidades.

Não bastasse isso, o Correio do Povo publicava, de forma contínua, a manifestação da imprensa do centro do país, que criticava duramente a ditadura implantada no Rio Grande, com críticas ferrenhas à administração de Borges de Medeiros. Estava se formando uma pressão nacional por mudanças na forma de se governar o Estado. Em muitas ocasiões, os editorais de opinião dos principais jornais do país, pediam a intervenção federal no estado, reclamando que a manutenção do governo do presidente do estado, Borges de Medeiros, estava produzindo uma luta sangrenta no Rio Grande, causando cada vez mais vítimas.

O presidente do Brasil, Artur Bernardes, preocupado com a situação que se encaminhava para a revolução de 1923, resolveu enviar para o Rio Grande, em busca da pacificação, o Ministro da Guerra, General Setembrino de Carvalho. O militar gaúcho, nascido em Uruguaiana, já havia participado da pacificação de outros conflitos, como a Guerra do Contestado, onde obtivera sucesso.

tembrino de Carvalho seguiu para o sul, antes conversando com todas as lideranças revolucionárias espalhadas pelo interior do Estado. Logo na recepção de sua chegada na capital, houve um conflito onde várias pessoas morreram e muitas ficaram feridas. O ministro da Guerra tratou logo de ouvir as duas partes no conflito e tentar um acordo.

Borges de Medeiros, sentindo-se enfraquecido com o crescimento do movimento revolucionário, resolveu acordar, com o grupo de Assis Brasil, o fim da reeleição para a presidência do estado, ato que foi celebrado ao lado das lideranças do grupo revolucionário, com a presença de Assis Brasil e o apaziguador general Setembrino de Carvalho, no Castelo de Pedras Altas.



Correio do Povo

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