segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Novo fóssil de dinossauro é encontrado em Restinga Sêca

 A descoberta foi de um ílio esquerdo, osso que faz parte da cintura; características do fóssil indicam que ele era de um Herrerassauro, dinossauros que existiram por volta de 230 milhões de anos atrás, no Período Triássico


A descoberta de um novo fóssil no município de Restinga Sêca, região central do Rio Grande do Sul foi revelada recentemente, após a publicação de um estudo publicado no periódico científico The Anatomical Record no dia 16 de novembro.

O documento apresentou o segundo registro de um dinossauro para o município. Trata-se de um ílio esquerdo, osso que faz parte da cintura, e segundo as características apresentadas pertenceriam a um dinossauro do grupo Herrerasauria.

No mundo, dinossauros desse grupo são conhecidos no Brasil, Argentina e Estados Unidos. Surpreendentemente, o estudo revelou mais semelhanças com as formas encontradas na América do Norte.

O fóssil foi descoberto por Dionatan Cabreira enquanto ajudava o pai, Sérgio, a procurar fósseis.O achado é considerado significativo visto que fósseis de dinossauros ainda são raros no município de Restinga Sêca, Rio Grande do Sul.

O estudo foi conduzido pelos pesquisadores Maurício S. Garcia, Flávio A. Pretto, Sérgio F. Cabreira, Lúcio R. da Silva e Rodrigo T. Müller, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) da UFSM. O fóssil está tombado na coleção científica do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia/UFSM em São João do Polêsine.

 A pesquisa recebeu apoio do CNPq e da Capes e foi desenvolvida como parte da dissertação de mestrado de Maurício Silva Garcia, pelo Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal da UFSM, sob orientação do paleontólogo Rodrigo Temp Müller, do Cappa/UFSM.

Herrerassauros

Os herrerassauros compreendem um grupo intrigante de dinossauros que existiram por volta de 230 milhões de anos atrás, no Período Triássico. Esses animais representam os primeiros dinossauros predadores de médio a grande porte, podendo atingir até 6 metros de comprimento. Embora a condição fragmentária do novo fóssil impeça o seu reconhecimento em nível de espécie, a descoberta sugere a presença de uma diversidade oculta de dinossauros no Triássico do Rio Grande do Sul, já que ele é diferente de todos os outros herrerassauros brasileiros.


Reconstrução em vida do dinossauro em um ambiente triássico Arte: Johhny Pauly

Brasil

Esse fato destaca a importância de se analisar espécimes fragmentários para que se quantifique com maior precisão a diversidade de formas extintas. Por fim, a descoberta destaca o Brasil como um local crucial para a pesquisa paleontológica, fornecendo informações valiosas sobre os estágios iniciais da evolução dos dinossauros e adicionando um capítulo importante à rica história dos dinossauros sul-americanos.


Correio do Povo

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