segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Grupo faz abraço simbólico em prédio antigo da Smov que será leiloado

 Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) havia entrado com ação civil para parar leilão, mas pedido foi indeferido



Nesta semana, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS) entrou com uma ação civil pública pedindo proteção e resguardo da antiga sede da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), atual Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi). O pedido foi indeferido pela 9ª Vara Federal de Porto Alegre nesta quinta-feira e o imóvel será leiloada na próxima segunda-feira, dia 27. Na tarde desta sexta-feira, um grupo de ex-servidores, arquitetos e membros do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro organizou um abraço ao prédio histórico.

A coordenadora da entidade no Rio Grande do Sul, Jacqueline Custódio, ressalta que havia um pedido de tombamento ou inventariado no prédio, que fica na avenida Borges de Medeiros, fato que não ocorreu até o momento. Ela também ressalta que a antiga sede da Smov faz parte da história de Porto Alegre. “Isso aqui foi construído pelos próprios servidores. Para mim, é bem emocionante ver todo mundo querendo que isso aqui fique preservado e que possa ter qualquer uso. A opção não precisa ser colocar fora ou demolir”, contou Jacqueline.

Entre os participantes do ato estava José Carlos Marques, filho de Moacyr Moojen Marques, um dos arquitetos responsáveis pela obra. Ele conta que é difícil distinguir o valor arquitetônico do imóvel e do apego que a obra tem com a trajetória da sua família. “O prédio, independente de gosto, de achar bonito ou não, historicamente ele tem uma importância. Eu vejo com tristeza, não só por ser filho, mas por esse entendimento da arquitetura. De ver a possibilidade do prédio ficar totalmente descaracterizado ou, pior, ser demolido. Perde a família, mas perde a cidade também”, contou Marques.

O arquiteto aposentado da Prefeitura de Porto Alegre, Jorge Lucio Domingos, fez questão de ir até o prédio e dar um abraço simbólico de preservação ao espaço onde atuou por alguns anos. “Eu vim aqui para mostrar carinho por este local e o meu descontentamento com o que estão fazendo com este prédio. Deixaram precarizar para depois dizer que não tem o que fazer e que vão vender”, lamentou o ex-servidor.

De acordo com a Prefeitura de Porto Alegre, o leilão está confirmado para ocorrer na segunda-feira. O imóvel foi avaliado em cerca de R$ 48 milhões e os recursos da venda serão utilizados para a construção do Residencial Barcelona, no bairro Humaitá, que terá 254 unidades habitacionais para atender uma demanda de habitação da comunidade da Zona Norte da Capital.

Correio do Povo

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