Deputada afirmou a unidade do partido e que tentará mostrar um projeto diferente para a Capital
O PT definiu a deputada federal Maria do Rosário como nome do partido para a disputa da prefeitura de Porto Alegre, a fim de dialogar com partidos do campo do centro para a esquerda a formação de uma chapa. A oficialização ocorre na noite desta quinta-feira, quando a executiva municipal empossa o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), responsável por organizar oficialmente as conversas com outros partidos para formação de um programa e diálogos com demais siglas.
“A eleição se faz com muito carinho pela população, com vontade de mudar a cidade para melhor. Queremos contagiar a cidade com a boa política, sem ódio, mas com projeto diferente que resgate qualidade de vida e represente o governo Lula em Porto Alegre”, disse Maria do Rosário, antes do ato, em um café a convite da deputada estadual Sofia Cavedon. No encontro, mais informal, no final da tarde, em uma cafeteria, no Mercado Público, bem ao lado do Paço Municipal, Sofia confirmou a retirada de seu nome da disputa.
“É para nos antecipar. Precisamos de tempo para andar pela cidade”, afirmou ela, lembrando que uma primária dentro do partido atrasaria a definição do nome para o ano que vem. Ela afirmou que as duas têm “unidade de programa”, defendendo manutenção do Dmae público, a tentativa de reversão da privatização da Carris, um Orçamento Participativo “para valer” e um programa contra uma política “segregadora”, que afeta moradores em situação de rua.
Esses pontos constam em carta entregue por Sofia a Maria, que se dispôs a encampar as temáticas ao programa a ser construído, com um debate junto à sociedade. "É um processo bonito. Queremos chegar na cidade com o coração aberto. Ouvir muito o que a cidade tem a dizer", afirmou Maria do Rosário, desejando uma campanha eleitoral “de alto nível, sem ódio, sem fake news e sem desrespeito com mulheres, jovens, idosos, negros e negras”.
“Vou me dedicar para estar a altura de cada gesto do partido. Estamos unidos e vamos unir a cidade”, disse a deputada federal, ao comentar o ato de Sofia ao abrir mão de uma disputa interna.
Busca por uma frente ampla
Além dos partidos da federação, que conta ainda com PV e PCdoB, a prioridade vem sendo a composição com a federação PSol-Rede, que deve apresentar nomes no início de dezembro. "É uma das capitais onde o PSol tem figuras muito representativas. Tivemos uma experiência muito exitosa em 2022 e queremos replicar em Porto Alegre", disse a presidente municipal do PT, a deputada estadual Laura Sito, ao falar do apoio do partido, com Pedro Ruas na chapa de Edegar Pretto ao Piratini, no ano passado.
Há conversas ainda com o PDT, que apresentou o nome da ex-deputada Juliana Brizola como representante neste diálogo, e com o PSB. Ela afirma que é possível construir uma ampla unidade no campo ideológico dos partidos, que estão na base do governo Lula, e vencer a eleição de Porto Alegre, contra um programa “ultraliberal” representado pelo prefeito Sebastião Melo (MDB), que buscará reeleição.
A presidente estadual do PT, Juçara Dutra Vieira, questionada sobre ideia de primária englobando nomes de todos os partidos, não fechou as portas para a ideia. “Nas conversas que temos, nos mostramos receptivos às propostas de consulta à comunidade dentro da ideologia que a gente compactue com os partidos.” Laura Sito, no entanto, disse que as siglas que trazem essa possibilidade não a colocam como uma condicionante para uma unidade.
Vereador Comassetto, Laura Sito, Juçara Vieira Dutra, Sofia Cavedon, Maria do Rosário e vereador Jonas Reis em café no Mercado Público Foto: Felipe Nabinger / CP Especial
Correio do Povo
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