Após semana de recordes no acumulado de chuva, rio Uruguai e afluentes ainda segue alto em muitas cidades
Em Doutor Maurício Cardoso, 26 famílias que moram nas regiões dos balneários seguem desabrigadasO tempo firme, com sol entre poucas nuvens, permitiu que a comunidade do Norte e Noroeste do Rio Grande do Sul pudesse iniciar os trabalhos de limpeza e de contabilizar os prejuízos causados pelas fortes chuvas e enchentes nesta semana. Em quase todas as cidades o relato é similar: trata-se de um recorde absoluto de acumulado de chuva. Em Crissiumal, o prefeito Marco Aurélio Nedel conta que choveu 464 milímetros em uma semana e que o acumulado do mês de outubro chegou em 675 milímetros. “E ainda faltam onze dias para acabar outubro. O normal é chover na faixa dos 170 milímetros. É um recorde absoluto na história do município”, citou.
Nedel ressalta ainda que a Emater e a Defesa Civil de Crissiumal iniciaram o levantamento dos prejuízos causados pela chuvarada e pela enchente. Conforme o chefe do Executivo, um dos principais danos registrados foi na safra de milho, que estava em fase de crescimento. “Vai haver uma perda muito grande no milho. Também tínhamos 15% da safra de trigo para ser colhida. Vamos publicar um decreto de emergência pelos estragos, principalmente em nossas pontes e pontilhões”, completou. Ao menos duas pontes de madeira, que ficavam nas divisas com Nova Candelária e Tiradentes do Sul, foram destruídas pela água. Além disso, algumas casas em balneários foram atingidas pela água, mas nenhuma família ficou desabrigada pois as residências são de veraneio de alguns moradores. Em meio à enxurrada, a cidade vive a 2ª edição da Feira de Crissiumal (Fecris), que segue até domingo com 130 expositores da região.
Já em Doutor Maurício Cardoso, 26 famílias que moram nas regiões dos balneários seguem desabrigadas, sendo 12 apenas no balneário Londero, onde as imagens das casas cobertas de água, ficando apenas o telhado de fora, rodaram o Estado e marcaram os estragos da enchente na região. Segundo a Prefeitura, o nível do rio Uruguai estava em 14 metros nesta localidade no início da tarde de sexta. Com a melhora do tempo, foi possível levantar os principais estragos registrados na cidade. A Prefeitura destaca que 35% da produção de milho, 70% da produção de trigo, 35% da produção de leite, 50% da fruticultura, 30% da fumicultura e 70% da produção hortigranjeira foram perdidas. Além disso, o Executivo aguarda a água baixar em algumas localidades para fazer uma avaliação do estado das pontes da cidade, tendo em vista que algumas continuam submersas. Algumas localidades do interior seguiam aguardando reestabelecimento da energia elétrica.
Em Três Passos, o abastecimento de água foi retomado na madrugada desta sexta-feira após um trabalho intenso realizado pela Prefeitura e pela Corsan. Na terça-feira, a Casa de Máquinas da Corsan desabou com a força do leito, o que resultou na falta de água em toda a cidade. Motores foram instalados provisoriamente, retomando o abastecimento em grande parte da cidade. Além disso, caminhões-pipa seguem disponíveis para ajudar regiões onde a água ainda não chegou. A Emater de Três Passos contabilizou, ate o momento, um acumulado de mais de 600 milímetros de chuva em outubro. Com o retorno do tempo estável, a Prefeitura informa que foi possível retomar os serviços de limpeza, manutenção e reconstrução de algumas estruturas da cidade.
A MetSul Meteorologia informa que o tempo firme permanecerá na região durante o final de semana. O Noroeste do Rio Grande do Sul deverá, inclusive, registrar um domingo com temperaturas altas, beirando os 35ºC durante a tarde. Entretanto, a chuva deve retornar de forma leve no início da próxima semana na região.
Correio do Povo
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