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segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Zelensky destitui ministro da Defesa em plena contraofensiva sobre a Rússia

 Presidente da Ucrânia pediu "um novo enfoque" no Ministério

Presidente da Ucrânia pediu "um novo enfoque" no Ministério 

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, destituiu, neste domingo (3), o ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov, e pediu "um novo enfoque" no Ministério, um ano e meio depois do início da invasão russa.

"Oleksiy Reznikov passou por mais de 550 dias de guerra em grande escala. Acredito que o ministério necessita de um novo enfoque e outras formas de interação tanto com os militares como com a sociedade em geral", disse Zelensky em seu pronunciamento diário.

Reznikov, de 56 anos, assumiu o cargo três meses antes da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 e liderou as negociações para equipar as suas forças com armamento moderno dos aliados.

Sua destituição ocorre em meio à contraofensiva lançada por Kiev em junho para liberar as áreas ocupadas do leste e sul de seu território.

Também é decidida em um momento em que as autoridades intensificam sua luta contra a corrupção, a pedido da União Europeia.

Zelensky nomeou como novo responsável pela pasta da Defesa Rustem Umerov, chefe do Fundo de Propriedade Estatal.

O anúncio foi feito horas após a Rússia bombardear várias unidades industriais às margens do Danúbio, em uma área do sudoeste da Ucrânia próxima da fronteira com a Romênia.

Condenação da Romênia e Moldávia

Após a suspensão do acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro, Moscou intensificou os ataques nesta região, que tem portos e outras infraestruturas necessárias para o comércio. "O inimigo atacou as infraestruturas industriais civis da região do Danúbio", afirmou o gabinete do procurador-geral da Ucrânia no Telegram.

Segundo a mesma fonte, as tropas ucranianas derrubaram 22 dos 25 drones utilizados no ataque. O exército da Rússia anunciou que utilizou drones em um ataque contra o porto de Reni, na fronteira com a Romênia, país membro da Otan.

Tanto a Romênia quanto a Moldávia condenaram o ataque, embora Bucareste tenha destacado que "em nenhum momento os ataques russos geraram qualquer ameaça militar direta para o território nacional ou as águas territoriais da Romênia".

Um ataque direto contra um país membro da Otan poderia provocar um agravamento do conflito.

A Moldávia, que não pertence à Aliança Atlântica, denunciou uma operação russa "brutal".

O presidente ucraniano afirmou neste domingo que conversou com o homólogo francês, Emmanuel Macron, sobre como "reforçar a segurança na região de Odessa" e sobre os "meios para garantir o funcionamento" de um corredor estabelecido por Kiev no Mar Negro para permitir a navegação segura, depois que a Rússia abandonou o acordo sobre a exportação de grãos.

A conversa telefônica aconteceu um dia antes da reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, em Sochi, onde devem abordar uma eventual retomada do pacto de cereais, que teve a mediação da ONU e de Ancara.

Avanços ucranianos

O general Oleksander Tarnavskiy, que comanda a contraofensiva da Ucrânia no sul do país, assegurou que o exército de Kiev registrou avanços importantes nas linhas de defesa russa na região.

"Agora estamos entre a primeira e a segunda linha de defesa da Rússia", afirmou Tarnavskiy em uma entrevista publicada pelo jornal britânico The Guardian.

Durante a semana passada, a Ucrânia anunciou a tomada da localidade de Robotyne, no sul do país.

Ao comentar o ceticismo que a contraofensiva de Kiev despertou em alguns setores, o general Tarnavskiy alegou que o exército ucraniano enfrentou atrasos porque precisou de "mais tempo que o previsto para remover as minas dos territórios" ocupados pelos russos.

Apesar das dificuldades, ele expressou otimismo. "O inimigo recorre a suas reservas, não apenas na Ucrânia, mas também na Rússia. Mais cedo ou mais tarde, aos russos restarão poucos bons soldados. Isto nos dará a oportunidade de atacá-los cada vez mais rápido", declarou o general. "Tudo está à nossa frente", completou.

AFP e Correio do Povo

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