Patronos consideraram que a circulação de visitantes poderia ter sido maior e destacaram a união dos piquetes na ajuda para arrecadar doações aos atingidos pelas chuvas
Os tradicionalistas têm até o dia 30 para finalizar o desmonte dos piquetes.Os 230 piquetes estão encerrando sua estadia no Parque Harmonia, em Porto Alegre. A manhã desta quinta-feira foi marcada pelo desmonte das estruturas da 41° edição do Acampamento Farroupilha, intitulado como Acampamento Farroupilha Solidário, que se tornou um grande centro de arrecadação de donativos aos gaúchos afetados pelas chuvas. Os lotes devem ser desocupados até 30 de setembro.
Os patronos do piquete Raiz Missioneira, Irete Engler e Neodir da Costa, comandam o local há 12 anos. Irete afirmou que o que mais marcou nesta edição foi a necessidade de ajudar os atingidos pelas enchentes, principalmente a comunidade do Vale do Taquari. Ela explicou que na primeira semana foi complicado por causa da chuva que atingiu alguns piquetes. "Mas foi mais triste por causa da chuvarada que atingiu o Interior. Paramos para ajudar as pessoas que perderam tudo. Juntamos oito piquetes e arrecadamos muitas coisas. As pessoas que vinham traziam doações", explicou.
Ela ressaltou que aqueles que possuem um piquete têm praticamente uma obrigação moral de contribuir para a causa sendo exemplos em ações sociais e ambientais. Movimentos que ela procura realizar todos os anos, com a participação de escolas, entidades e associações na produção de atividades durante os dias do Acampamento Farroupilha. Para o ano que vem, Irete disse que espera a presença de todos do Interior que não puderam visitar o Acampamento deste ano devido aos acontecimentos
Irete Engler e Neodir da Costa pariticipam do Acampamento há mais de duas décadas | Foto: Maria Eduarda Fortes
Geraldino Ricardo, do Recanto da Amizade, participa do acampamento há 25 anos. Ele expressou sua satisfação com o evento deste ano, apesar de reconhecer uma diminuição no movimento. Sobre o motivo na redução da circulação do público, considerou que pode ser a união de diferentes fatores, desde as questões financeiras, passando pela nova administração do local, e até mesmo as informações dos alagamentos que ocorreram no Parque Harmonia.
“A estrutura está boa, mesmo terceirizado. Acreditamos que cada vez vai ficar melhor”, ressaltou afirmando que tudo o que foi solicitado, principalmente com os episódios dos alagamentos, na primeira semana, foi atendido. O patrono também observou que, com menos piquetes, houve uma maior concentração de pessoas nos que permaneceram. Mas está otimista em relação ao próximo ano, acreditando que será ainda melhor.
João Bremm está há dois anos no comando de um piquete e compartilhou a mudança em alguns detalhes da estrutura dos piquetes como a necessidade das telhas de zinco que não estavam no seu orçamento inicial e a experiência do alagamento que atingiu alguns piquetes no início do mês. Ele afirma que o episódio climático o levou a improvisar algumas instalações que não estavam previstas. “Esse ano eu tive que fazer assoalho, as pressas, porque eu tava tudo embaixo d'água”, contou.
De acordo com a GAM3 Parks, concessionária administradora do parque, foram arrecadados mais de seis toneladas de itens entre alimentos, roupas e materiais como fogão, geladeira, colchões, chuveiros e ração para animais. A concessionária ainda destaca as mais de cinco mil viagens de carrinhos disponibilizadas para os visitantes com baixa locomoção, e a visita de nove mil alunos do projeto Ciranda Escolar.
Além das atividades de conscientização ambiental como o projeto Sustenta Tchê., houve a reciclagem de 1,5 toneladas de garrafas de vidro e mais de 11 toneladas de resíduos, 16% do total gerado foram desviadas dos aterros sanitários e encaminhadas para reciclagem. E outras 2 toneladas de resíduos orgânicos foram enviadas para compostagem, gerando 1,1 tonelada de adubo.
Correio do Povo
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