Piedro Tuchtenhagen viaja para Santiago no próximo mês, mas teve os treinos de remo afetados pelas enchentes no rio Guaíba
O volume histórico de chuvas no estado afetou milhares de gaúchos. Piedro Tuchtenhagen é um deles. Há pouco menos de um mês para o início dos Jogos Pan-Americanos, o atleta do Grêmio Náutico União precisou adaptar a rotina de treinos para o prejuízo não ser ainda maior. O jovem de 21 anos, foi convocado para integrar a seleção brasileira para as categorias Double Skiff Peso Pesado e Oito Misto no Remo. A Lagoa Grande em San Pedro de La Paz, no Chile, irá receber a disputa que será realizada entre os dias 21 e 25 de outubro.
A preparação para o Pan começou no início do ano na sede Ilha do Pavão, do GNU. No entanto, o grande volume de chuva que assolou Porto Alegre nas últimas semanas e a junção das duas margens do Lago Guaíba fez com que o local fosse interditado sem previsão de reabertura. Natural de Pelotas e morador da Ilha, Piedro viveu momentos de tensão ao ver a água subindo até a cintura enquanto corria para salvar os barcos da Sede. “A água subiu muito rápido com o vento sul muito forte”, relata. “Ontem de manhã consegui subir os barcos que ficavam guardados mais embaixo e deu tempo de deixar tudo bem seguro.” A situação fez com que Piedro fosse obrigado a mudar o local de treino para outra sede do GNU, além de sair temporariamente de sua casa na Ilha. “É diferente porque estou fazendo basicamente remoergômetro e musculação, mas tenho que me adaptar”, contou.
Pela primeira vez disputando os Jogos Pan-Americanos, Piedro começou na modalidade em Pelotas por influência da irmã no final de 2015, aos 14 anos. A partir daí, o atleta passou a se destacar e chegou a assinar um contrato com o Flamengo, no Rio de Janeiro, em 2019, onde permaneceu até o início deste ano. Visando resultados maiores no esporte, Piedro optou se mudar para Porto Alegre para treinar pelo GNU. A principal diferença que o remador observa na rotina de treinos é a tranquilidade. “Aqui é um ambiente muito mais isolado”, conta. “Treinar em uma ilha e poder remar 40 km contínuos é fantástico. Sem se preocupar, sem perturbações de carros e helicópteros passando muito perto de ti, como era no Rio de Janeiro”, completa.
Apesar de jovem, Piedro coleciona na carreira títulos no Campeonato Sul-Americano, além de ter sido tetracampeão no Campeonato Brasileiro e 9x campeão estadual. “São competições que eu considero de um nível muito bom, de poder chegar lá e ficar nessas posições. Obviamente a gente vai com o sonho de ter uma medalha ou ficar entre os seis primeiros. Eu considero estar em um nível bom, mas não fico contente com isso, sempre busco mais”, finaliza.
Correio do Povo
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