domingo, 17 de setembro de 2023

Ainda com casas alagadas, famílias buscam retomar a rotina em Eldorado do Sul

 Picada e Cidade Verde estão entre os bairros que ainda possuem famílias atingidas pela enchente

A moradora Maria Clair Pinto, do bairro Picada, precisa atravessar no meio da água para buscar mantimentos 

Segue a jornada em busca do recomeço em Eldorado do Sul. Esta sexta-feira foi de muito trabalho de reorganização do lar por parte das famílias atingidas pela enchente do Rio Guaíba. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, João Ferreira, três famílias seguem desabrigadas no município.

Além disso, outra preocupação da entidade está no fato do nível do rio não ter recuado o suficiente em alguns pontos, entre eles o bairro Cidade Verde, onde reside as famílias desalojadas. “A água está descendo em outros pontos, mas ali, nas ruas mais baixas, ela segue parada. A Defesa Civil está mobilizada atendendo na Cidade Verde e também na Picada. Os demais locais estão sendo monitorados no momento. Estamos preocupados pois ainda está descendo água de outras regiões”.

Entre as ações efetivas que a Defesa Civil segue realizando é a arrecadação de alimentos, roupa de cama, colchão e materiais de limpeza, além do repasse destes donativos para que as famílias atingidas possam limpar suas casas.

CENÁRIO DE RETOMADA NA PICADA

No bairro Picada, onde a água do Rio Guaíba ainda atinge muitas casas, deixando algumas até ilhadas. Este é o caso da moradora Juliana Santana, de 34 anos. Ela está há quatro dias convivendo com o leito do Rio Guaíba logo após a porta de sua casa. O nível, apesar de alto, não impede ela de atravessar o rio e chegar até a Rua dos Pilares.

É a partir deste caminho que ela tem garantido mantimentos como comida e materiais de limpeza a higiene, além de conseguir ir ao trabalho diariamente. “Meus dois filhos pequenos estão na casa da minha mãe. Mas Graças a Deus está todo mundo bem. E agora é hora de retomar, não podemos parar. E depois da enchente vamos terminar de arrumar a nossa casa”, conta a moradora.

Poucos metros adiante, na mesma rua, Carlos Nunes, de 45 anos, viveu um drama diferente. Sua casa não está ilhada, mas ela tombou quando o rio atingiu seu nível mais alto. “Móveis perdemos quase todos. Só salvamos uma TV e os documentos. Quando a água subiu, nos abrigamos dentro do carro, que estava estacionado na rua. Voltamos hoje de manhã. Agora é hora de reorganizar, mas estamos esperando a ajuda do governo para poder reconstruir a casa, que está caindo”.

Já a moradora Maria Clair Pinto, de 57 anos, cita que a região convive com enchentes e fala das dificuldades vivenciadas em momentos assim. “Agora nós estamos ilhados. Para conseguir buscar comida e mantimentos, a nossa única saída é pelo meio da água, se arriscando a pegar doenças. Meu filho conseguiu um macacão para facilitar quando precisamos entrar na água, mas nem sempre foi assim. Se eu pudesse, sairia daqui”, completa.

MORADORES VOLTAM PARA CASA EM GUAÍBA

Já em Guaíba, a situação deu uma amenizada nesta sexta-feira. Ainda pela manhã, as famílias que estavam desabrigadas puderam voltar para casa na tentativa de retomar suas rotinas. A Prefeitura segue acompanhando a situação destes moradores através da Secretaria de Assistência Social. Roupas, colchões e demais mantimentos foram doadas para as famílias atingidas.

O prefeito Marcelo Maranata destacou o serviço de recuperação da drenagem realizado pela Prefeitura, que evitou maiores transtornos em Guaíba. “Foi um trabalho de prevenção e, sem dúvida, nos proporcionou que a cidade não tivesse tantas famílias atingidas”.

Segundo o chefe do executivo, Guaíba teve cerca de 100 pessoas atingidas. Destas, a Prefeitura realizou o acolhimento de 28 que não tinham onde ficar. Elas foram alojadas no abrigo montado em uma igreja. “Colocamos ali uma equipe de Assistência Social, médico, enfermeiro e alimentação para as famílias. Todos trabalharam bastante para que eles tivessem toda a estrutura necessária durante este período difícil”, completou.

Correio do Povo

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