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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Zambelli nega contratar hacker para invasão e isenta Bolsonaro

 Deputada afirmou que contratou Walter Delgatti Neto para serviços no seu site e redes sociais

Ex-deputada falou em coletiva após operação 

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) isentou o ex-presidente Jair Bolsonaro das investigações da Operação 3FA, realizada nesta quarta-feira pela Polícia Federal. Agentes fizeram  buscas em quatro endereços ligados à parlamentar e prenderam Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker que revelou conversas de membros da Operação Lava Jato.

"O presidente Bolsonaro absolutamente não teve nada a ver com isso", disse, ao encerrar a entrevista coletiva que contou com a presença de pouco mais de 10 deputados. A parlamentar admitiu, no entanto, que contratou o hacker, mas alegou que era apenas para fazer serviços relativos a sites pessoais dela mesma. "O que tinha subcontratado através dele foi o pedido das redes sociais minhas com o meu site", justificou. Zambelli relatou que estava com o filho e com a mãe em casa quando a operação aconteceu, às 6h.

Auditoria

Contrariando o que se sabe sobre as urnas, a deputada disse durante entrevista coletiva que os equipamentos eletrônicos não são auditáveis e justificou, por este raciocínio, a pergunta feita por Bolsonaro. "Se você não vê nenhum motivo para perguntar para um hacker se a urna pode ser fraudada, eu não vou poder te responder. Isso é tão óbvio que eu não consigo te responder", afirmou Zambelli.

A deputada também disse que enviará um relatório ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e questionará a busca e apreensão realizada no seu gabinete. Segundo ela, a operação da PF em sua unidade no Parlamento não teve testemunha. Ainda de acordo com a parlamentar, nada lá foi colhido.

O advogado Daniel Bialski, que defende a deputada, enviou nota dizendo-se surpreso com a operação da PF. "É com surpresa que tomamos conhecimento da operação de busca e apreensão desencadeada nesta quarta-feira nos endereços da deputada federal Carla Zambelli, uma vez que a parlamentar já se havia colocado formalmente à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias. A deputada não praticou qualquer ilicitude e confia que ao final das investigações sua inocência ficará comprovada", diz o texto.

De acordo com a PF, a investigação apura delitos que ocorreram entre 4 e 6 de janeiro, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ 11 alvarás de soltura de presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Agência Brasil e Correio do Povo

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