quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Rússia confirma morte de chefe do grupo Wagner em queda de avião

 Avião com dez pessoas a bordo caiu perto de Moscou nesta quarta-feira, sem deixar sobreviventes

Todas as pessoas a bordo morreram, incluindo Prigozhin 

A agência russa de transporte aéreo Rosaviatsia confirmou, nesta quarta-feira, que o chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, estava a bordo do avião que caiu na região de Tver, na Rússia, matando todos os ocupantes.

"De acordo com a companhia aérea, os seguintes passageiros estavam a bordo do avião Embraer - 135", informou a Rosaviatsia, citando o nome de Prigozhin, bem como o de seu braço direito, Dmitry Utkin. Segundo a agência, o voo era realizado "sob uma licença de espaço aéreo devidamente emitida".

Segundo as agências de notícias Ria Novosti, Tass e Interfax, citando a Rossaviatsia, o avião faria o voo entre Moscou e São Petersburgo.

"Havia dez pessoas a bordo, incluindo três tripulantes. Segundo as primeiras informações, todas as pessoas a bordo morreram", informou o Ministério russo de Situações de Emergência, no Telegram. O avião privado da Embraer Legacy caiu perto da localidade de Kuzhenkino, na região de Tver, a noroeste de Moscou.

Vídeos, cuja autenticidade a AFP ainda não pôde confirmar, foram divulgados em vários canais do Telegram, dizendo-se ligados ao Wagner. As imagens mostram destroços em chamas em um campo, ou uma aeronave caindo do céu.

O presidente americano, Joe Biden, disse não ter se surpreendido com a notícia de que Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo de mercenários russo Wagner, poderia ter morrido na queda do avião. "Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas não estou surpreso", disse Biden, acrescentando que "não há muita coisa que aconteça na Rússia que Putin não esteja por trás. Mas não sei o suficiente para saber a resposta".

Prigozhin esteve por trás de uma rebelião, em junho, contra o Estado-Maior russo e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, liderada por seus homens, que capturaram brevemente locais militares no sul da Rússia antes de seguirem para Moscou.

O líder do Wagner desistiu rapidamente desse motim, ocorrido em meio ao conflito na Ucrânia. A rebelião terminou na noite de 24 de junho, com um acordo que previa a partida de Prigozhin para Belarus. Pelo mesmo pacto, seus combatentes poderiam se juntar a ele no país vizinho, somar-se ao Exército regular russo, ou retornar à vida civil.

Na noite de segunda-feira (22), Prigozhin apareceu em um vídeo publicado por grupos próximos a Wagner nas redes sociais, dizendo estar na África. Em uma paisagem desértica, ele afirma que estava trabalhando para "tornar a Rússia ainda maior em todos os continentes, e a África, ainda mais livre".

AFP e Correio do Povo

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