O ex-jogador é réu em ações contra a empresa 18K, da qual é fundador e sócio-proprietário
A empresa de Ronaldinho prometia trading e arbitragem de criptomoedas com rendimento de até 2%Um depoimento do ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho na CPI das Pirâmides Financeiras está marcado para esta terça-feira (22), a partir das 14h30. Ele é um dos convocados para representar a empresa 18K, da qual é fundador e sócio-proprietário. A empresa prometia trading e arbitragem de criptomoedas com rendimento de até 2% ao dia, mas investidores entraram com uma ação contra ela - na qual Ronaldinho é réu - e pedem R$ 300 milhões de indenização por prejuízos.
Por outro lado, o ex-jogador alega que a empresa usou sua imagem indevidamente, portanto ele também teria sido lesado. O irmão de Ronaldinho, Roberto de Assis Moreira, e o sócio da 18K Marcelo Lara também foram convocados.
Outra personalidade do mundo do futebol que deve depor no mesmo dia é o presidente do Santos Futebol Clube, André Rueda. Ele foi convocado para dar explicações sobre o patrocínio que a empresa de cassino e apostas on-line Blaze, acusada de fraude, fornecia .
"Ciente de que os responsáveis pelas plataformas de jogos de azar sediadas no exterior se valem de criptoativos como métodos de pagamento dos prêmios e para receber recursos, imperioso questionar aos convocados quem são os representantes da plataforma Blaze no País", disse o deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ)
Outros depoimentos
Nesta semana, a CPI ouviu sócios da empresa MSK Operações e Investimentos, investigada por lesar cerca de 4.000 clientes que realizaram investimentos em criptomoedas. A empresa disse aos deputados que teria sido surpreendida com um desfalque financeiro executado por um dos funcionários.
Por outro lado, a CPI não conseguiu ouvir o depoimento de artistas que fizeram publicidade para a Atlas Quantum. A empresa, que usava Bitcoins em operações financeiras, lesou clientes em R$ 2 bilhões. Os artistas conseguiram habeas corpus para não comparecer à reunião.
A comissão também já ouviu especialistas que afirmaram que a tecnologia usada pelas criptomoedas tem funcionado como um “chamariz” para a prática de crimes como as pirâmides. Eles foram unânimes, no entanto, em dizer que isso nada tem a ver com a tecnologia em si, e sim com a desinformação associada a ela.
A comissão
A comissão foi instalada em junho e tem 120 dias para concluir os trabalhos. Prazo que pode ser prorrogado por mais 60 dias, desde que haja requerimento assinado por 1/3 dos deputados.
A CPI investiga esquemas de pirâmides financeiras com o uso de criptomoedas. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao todo, 11 empresas teriam realizado fraudes utilizando moeda digital, como a divulgação de informações falsas e promessa de rentabilidade alta ou garantida para atrair as vítimas e sustentar o esquema de pirâmide.
Agência Câmara de Notícias e Correio do Povo
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