Trabalho é desenvolvido há décadas na região de Torres, passando de geração em geração
A secretária estadual de Cultura, Beatriz Araujo, destacou a importância do reconhecimento aos fazeres das comunidades.O modo de fazer artesanato com palha de butiá na região de Torres se tornou patrimônio imaterial do Estado. A cerimônia foi realizada nesta quinta-feira, no Memorial do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
Na ocasião, a secretária da Cultura, Beatriz Araujo explicou a importância de reconhecer toda a vivência do trabalho, para além do produto final. “É de grande relevância todo reconhecimento de saberes e fazeres das pessoas que estão nas comunidades”, disse ela.
Representantes do Instituto Curicaca estiveram presentes e tiveram a atuação destacada pelo governo, visto que, desde 2003, atuam junto às comunidades que mantém essa prática, na região do Parque de Itapeva.
Há quase dez anos, a equipe busca tornar a prática patrimônio imaterial do Estado, devido ao risco de que ela pare de ser transmitida e seja extinta, se perdendo uma cultura histórica. "Esse trabalho é muito ligado à autonomia das mulheres da região, que trocavam por alimentos nos armazéns, no passado”, detalhou a Coordenadora de Educação Ambiental e Cultura do Instituto Curicaca, Patricia Bohrer.
Quem endossou a explicação dela foi Vera Lucia Teixeira, relembrando que era assim que a mãe, que faleceu recentemente, adquiria mantimentos. Emocionada, recordou as histórias de uma infância trançada nas palhas do butiá. “Tinha que botar no sol de manhã, recolher, separar as mais claras das escuras, tudo isso a gente fazia desde uns 5, 6 anos”, contou, se dizendo honrada pelo reconhecimento.
O diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE), Renato Savoldi e o prefeito de Torres, Carlos Souza, também prestigiaram o evento e destacaram sua importância. Conforme o gestor do município, o artesanato com palha de butiá será incorporado a ações locais de incentivo da economia turística.
Correio do Povo
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