No cemitério da Saudade, em Campinas, centenas de placas e flores são colocadas todos os anos em seu túmulo, em agradecimento às graças alcançadas, principalmente relacionadas ao matrimônio. Muitas prostitutas acreditam que ela protege a categoria.
Maria Jandira dos Santos nasceu em 1911, na cidade de Campinas. De uma família bastante conservadora, foi expulsa de casa por manter hábitos liberais, como sair e ficar com diferentes homens. Ainda menor de idade, sozinha na cidade do interior paulista, Jandira foi morar em um bordel.
Naquele período, a sociedade via como saudável a visita de homens a prostíbulos, algo que auxiliava na continuidade do casamento. Jandira, muito bonita e ótima profissional, ganhou fama na cidade, até conhecer um grande construtor e se apaixonar. O jovem cliente prometeu casamento e chegou a ficar noivo de Jandira. Mas a pressão social da família e amigos fez com que o noivo desistisse do relacionamento. Maria, decepcionada com o abandono, comprou um vestido de noiva, se trancou em seu quarto e ateou fogo ao próprio corpo. Após o suicídio, as amigas cuidarem de seu velório e pagaram um grande enterro no cemitério da Saudade, um dos principais da cidade.
A história da moça repercutiu por toda a região do interior paulista e seu túmulo passou a ser visitado por prostitutas que pediam proteção e casais com problemas em seus relacionamentos. A cada milagre atribuído a Jandira, uma plaquinha ou flores são colocadas em seu túmulo.
Quando Campinas passou a instalar o maior bairro de prostituição da América Latina, o Jardim Itatinga, o túmulo de número 298, localizado na quadra 28 do Cemitério da Saudade, onde ela está enterrada, passou a receber cada vez mais visitas.
Atualmente, Jandira é figura conhecida de toda a cidade e os fiéis juram, de pés juntos, que se não fosse a intercessão da milagreira, não teriam alcançado a graça que pediram aos céus.
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