Os participantes consideram esse evento como o primeiro de uma série de ações para evitar a privatização da empresa. O edital para a venda da Carris foi lançado em julho. O recebimento das propostas está previsto para outubro.
Grupo deve protestar na sede da empresa contra a privatização, com a data a ser marcadaUm ato em defesa da Carris pública foi realizado na Câmara Municipal de Porto Alegre, nesta segunda-feira. A iniciativa foi liderada pela bancada que se opõe à privatização da Carris e contou com a presença de políticos municipais, estaduais e federais. Os participantes consideram esse evento como o primeiro de uma série de ações para evitar a privatização da empresa. O edital para a venda da Carris foi lançado em julho, com o recebimento das propostas previsto para 2 de outubro.
A diretora da Associação dos Trabalhadores do Transporte de Passageiros de Porto Alegre (Attropa), Rosângela Machado, uma cobradora com 19 anos de experiência na Carris, expressou sua oposição à privatização, destacando a importância histórica da empresa para a cidade. “A concessão das linhas é absurda, é doar. Estão doando a empresa, que é uma empresa centenária que faz parte da história de Porto Alegre. E uma cidade sem história não tem futuro”, declarou. Rosângela ainda afirmou que além de outras ações estão sendo tomadas providências jurídicas para tentar barrar a privatização.
O presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTBRS), Guimar Vidor, enfatizou a importância estratégica de manter uma empresa pública de transporte em Porto Alegre, destacando o papel histórico da Carris. Ele argumentou que a Carris preenche lacunas deixadas pelo setor privado. “Nós não podemos abrir mão de uma empresa que já foi referência. A Carris é um instrumento, inclusive, que atende exatamente aquelas deficiências que os setores privados muitas vezes deixam de atender”, considerou.
A vereadora Abigail Pereira (PCdoB) elogiou os serviços prestados pela Carris, e o reconhecimento nacional que a empresa conquistou com os prêmios recebidos. Ela também lembrou que durante a pandemia a empresa teve um papel fundamental e ressaltou a intenção de informar a sociedade sobre os riscos da privatização. Ela destacou a importância de preservar a empresa como pública e investir nela para benefício da sociedade. “A Carris vem amargando um problema de gestão muito grave. Nós vamos continuar denunciando para a sociedade o absurdo que é essa privatização, que, na verdade, é uma entrega do patrimônio público”, afirmou.
O grupo decidiu organizar um ato na sede da empresa em protesto contra a privatização, com a data a ser marcada. O advogado Oscar Plentz se juntará ao grupo que lida com o tema da privatização, trabalhando com o corpo jurídico dos parlamentares participantes.
O edital de privatização da Companhia Carris Porto-Alegrense foi publicado em 25 de julho, e a sessão pública para recebimento das propostas ocorrerá em 2 de outubro. Além da venda de ativos, a concessão da operação das 20 linhas da Carris por 20 anos também está prevista. A expectativa é que os contratos sejam assinados até o primeiro trimestre de 2024, após cumpridas todas as etapas do edital.
A Carris é responsável por rotas de ônibus de Porto Alegre desde 1872. As 20 linhas em operação representam 22% do sistema do transporte público da capital. É uma sociedade de economia mista, com o controle acionário da prefeitura de Porto Alegre (que detém 99,9% das ações).
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário