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terça-feira, 29 de agosto de 2023

Abertura da colheita do arroz é lançada com otimismo e perspectiva de novos mercados

 A suspensão de exportações indianas movimenta o setor para alcançar mercado árabe e africano

O presidente da Farsul apontou para a necessidade de diversificação de cultivos 

O preço elevado, principalmente em relação ao milho, e perspectivas de abertura de novos mercados com suspensão das exportaçõe indianas levam a um cenário de grandes apostas no arroz para 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas. Lançado nesta segunda-feira (28) na 46ª Expointer, o evento vai ocorrer entre 21 e 23 de fevereiro de 2024 com o tema "Gestão Potencializando Safras", numa busca por conscientizar o produtor sobre a importância da profissionalização no campo, como explicou durante o lançamento Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), promotora da abertura. 

Essa capacidade de gestão se faz ainda mais necessária em meio ao cenário de novas perspectivas de mercado, com a suspensão das exportações de arroz branco da Índia em 20 de julho deste ano. A exportação foi proibida com o objetivo de baixar preços internos no país e abre oportunidade de exportação brasileira para países árabes e africanos, anteriormente antendidos pela Índia. De acordo com o deputado federal Alceu Moreira, da Frente Parlamentar da Agropecuária (FDA), com esses novos mercados, há projeções de que o Rio Grande do Sul vai precisar dobrar sua produção de arroz em cinco anos. 

Possibilitar a exportações para esses países é um dos desafios da Frente Parlamentar do Arroz da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a ser inaugurada nesta segunda-feira (28) às 18h, também na Expointer. De acordo com Moreira, é necessário conversar com adidos agrícolas de países árabes e africanos para entender suas preferências quanto às variedades de arroz e outras especificidades desses mercados.

Outra demanda é pelo direcionamento de recursos para o melhoramento genético voltado aos novos mercados, que precisa ser desenvolvido pelo Instituto Riograndense do Arroz (Irga). “A gente vai ter que direcionar o melhoramento para isso. Nós não teríamos cultivares para esse tipo de exportação”, disse Flávia Tomita, diretora técnica do Irga. 

Outro aspecto que deixa produtores otimistas é o preço do arroz, em R$ 97,48 para a saca de 50 quilos na cotação da última sexta-feira (25) do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Os valores são superiores aos do milho. Aposta de programas como Duas Safras, da Farsul, o grão teve preços achatados pela produção do centro-oeste, como explicou o presidente da Farsul, Gedeão Pereira. “Qual é mensagem desse problema todo? É que o produtor tem que ser multigrãos”, disse o dirigente.

A 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas busca abordar diferentes aspectos da gestão das propriedades de forma ampla, incluindo as gestões das áreas administrativa, econômica, de mercado, de recursos humanos e da adoção de novas tecnologias. Com isso, o objetivo é oportunizar uma eficácia maior do produtor, sempre buscando intensificar safras de vários grãos.

Correio do Povo

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