Hospitais deverão priorizar por ao menos 90 dias o atendimento envolvendo Síndrome Respiratória Aguda Grave no público
RS decreta situação de emergência por conta de SRAGO governo do Rio Grande do Sul publicou um decreto nesta quinta-feira que estabelece situação de emergência em todo o Rio Grande do Sul por conta do aumento de casos e internações de crianças em leitos de UTI por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O documento é válido por 90 dias e poderá ser prorrogado, conforme evolução dos indicadores epidemiológicos.
A SRAG abrange casos de síndrome gripal (SG) que evoluem com comprometimento da função respiratória que, na maioria dos casos, leva à hospitalização, sem outra causa específica. As causas podem ser vírus respiratórios, dentre os quais predominam os da Influenza do tipo A e B, Vírus Sincicial Respiratório, SARS-COV-2, bactérias, fungos e outros agentes.
Fica determinado que, enquanto persistir o estado de emergência, as redes hospitalares que prestam serviços ao SUS deverão adotar medidas administrativas para priorizar a disponibilização dos leitos clínicos de suporte ventilatórios e de UTI pediátricas para os casos de SRAG em crianças.
A Secretaria de Saúde coordenará ações e serviços públicos de saúde voltados ao enfrentamento da emergência tratada neste decreto e instituirá diretrizes gerais para a execução das medidas cabíveis para a contenção da SRAG em crianças, podendo expedir atos complementares necessários à execução de medidas urgentes e ao restabelecimento da capacidade da rede pública de saúde e o enfrentamento da situação de emergência.
Segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), o Rio Grande do Sul possuiu 264 leitos de UTI pediátrica em 26 hospitais. O número de casos de SRAG encontra-se em zona de risco o que configura um cenário crítico, em especial, para a população com até 11 anos de idade. Até o último dia 10 de junho, recorte usado para o embasamento epidemiológico do decreto, o Rio Grande do Sul apresentava 2.806 casos de SRAG em crianças até 11 anos, sendo 642 registros de internações em UTI. Para efeito de comparação, no mesmo período em 2022 foram 2.279 casos e 581 internações em UTI, já em 2021 foram 1.905 casos e 435 internações. Os dados demostram um aumento do número de casos de SRAG, sendo o maior desde o começo da série histórica em 2017 para a faixa etária até 11 anos.
Série histórica
(até a Semana Epidemiológica 23, anos de 2017 a 2023, no Rio Grande do Sul. Fonte: SIVEP Gripe, acesso em 26/06/2023)
SRAG (casos)
2017
Todas as faixas etárias: 1.212
Até 11 anos: 718
2018
Todas as faixas etárias: 1.012
Até 11 anos: 627
2019
Todas as faixas etárias: 1.040
Até 11 anos: 693
2020
Todas as faixas etárias: 8.790
Até 11 anos: 628
2021
Todas as faixas etárias: 73.586
Até 11 anos: 1.905
2022
Todas as faixas etárias: 17.896
Até 11 anos: 2.279
2023
Todas as faixas etárias: 7.114
Até 11 anos: 2.806
SRAG internações UTI
2017
Todas as faixas etárias.:345
Até 11 anos: 169
2018
Todas as faixas etárias: 296
Até 11 anos: 150
2019
Todas as faixas etárias: 319
Até 11 anos: 151
2020
Todas as faixas etárias: 2.465
Até 11 anos: 183
2021
Todas as faixas etárias: 22.579
Até 11 anos: 435
2022
Todas as faixas etárias: 5.183
Até 11 anos: 581
2023
Todas as faixas etárias: 1.812
Até 11 anos: 642
Ouça "Superlotação de emergências: os cuidados com alergias e vírus para não agravar o problema" no Spreaker.Correio do Povo
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