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quinta-feira, 27 de julho de 2023

Reino Unido caminha para ondas de calor mais frequentes e intensas, aponta relatório

 Documento relata que os primeiros nove meses de 2022 foram os mais secos na Inglaterra e no País de Gales desde 1976

Reino Unido caminha para ondas de calor mais frequentes e intensas, aponta relatório 

O ano de 2022 foi o mais quente já registrado no Reino Unido, mas, até o fim do século, pode vir a ser considerado "fresco", devido ao aumento das temperaturas provocado pelas mudanças climáticas, alerta um relatório da agência de meteorologia britânica divulgado nesta quinta-feira (27).

"Nunca havíamos registrado uma temperatura superior aos 40°C. Quebrar este recorde foi um marco", disse Liz Bentley, diretora da Sociedade Meteorológica Real, ao apresentar o relatório anual sobre a situação climática no Reino Unido. “Foi, realmente, uma amostra do que irá ocorrer nos próximos anos com a evolução do clima”, ressaltou.

O ano passado foi o mais quente já registrado no país, com episódios de calor extremo em julho (recorde de 40,3°C no dia 19) e uma seca prolongada, que provocou incêndios e levou a agência de segurança sanitária a decretar emergência nacional pela primeira vez.

Os primeiros nove meses de 2022 foram os mais secos na Inglaterra e no País de Gales desde 1976, o que provocou restrições no uso da água.

"Observamos ondas de calor mais frequentes, intensas e duradouras", destacou o climatologista Mike Kendon, principal autor do relatório. "Até 2100, quase todos os anos serão tão ou mais quentes do que 2022", que pode vir a ser considerado um ano "fresco" até lá, alertou. "O que acontecer depois irá depender da quantidade de gases do efeito estufa que emitirmos."

As mudanças climáticas no Reino Unido já afetam algumas espécies animais e vegetais, cujos ciclos de vida estão sendo alterados, como a polinização, importante para a biodiversidade e a agricultura, destaca o relatório.

Ouça "Lembra do calorão de janeiro no RS? Verão europeu mostra que temperaturas extremas serão frequentes" no Spreaker.

AFP e Correio do Povo

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