sexta-feira, 14 de julho de 2023

Governo do RS pede mudança no calendário de semeadura da soja

 A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) também enviou documento ao órgão pedindo pela mesma mudança



Secretaria da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação (Seapi) pediu que o governo federal reveja o calendário da semeadura da soja no Rio Grande do Sul. O período de plantio para a safra 2023/2024 foi delimitado entre 1º de outubro e 8 de janeiro de 2024, conforme portaria da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Em relação ao ciclo passado, a janela de semeadura foi reduzida em 40 dias, o que inviabilizaria a safrinha. 

Conforme o Mapa, o calendário de semeadura foi adotado em 21 Estados como medida fitossanitária complementar ao período de vazio sanitário, para tentar reduzir a incidência de ferrugem asiática. A alteração levou em conta a análise de dados do Consórcio Antiferrugem, que detectou aumento nos relatos da ferrugem asiática da soja na safra 2022/23. Como parte das estratégias de manejo, foi adotado um período de 100 dias para a semeadura, conforme recomendação da Embrapa, para evitar epidemias severas na safra. No Rio Grande do Sul, o período de vazio sanitário vai de 3 de julho a 30 de setembro. 

A Seapi já havia solicitado ao Mapa, em abril, que fosse considerado o calendário de semeadura até 18 de fevereiro, pedido reiterado na quarta-feira pelo secretário Giovani Feltes em  reunião com o superintendente do Mapa no RS, José Cleber Dias de Souza. Conforme Souza, a reivindicação deve ser avaliada na Superintendência Federal da Agricultura do Estado e junto ao Departamento de Sanidade Vegetal, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa. 

Para o assistente de culturas da Emater, Alencar Rugeri, se a portaria que estabeleceu o calendário da semeadura não for alterada, como pede o setor agrícola, o produtor rural precisará se ajustar e fazer um novo planejamento e arranjo de produção para a segunda safra. “Toda mudança causa desconforto, mas temos que aprender a conviver com isso e encontrar um denominador comum. Na melhor das hipóteses, o produtor vai ter que mudar a estratégia e o formato da segunda safra, talvez seja uma oportunidade para milho e sorgo”, afirmou Rugeri.

Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) enviou um documento ao Mapa também pedindo pela mudança da data de plantio da soja. De acordo com nota enviada à imprensa, o texto foi encaminhado nesta quarta-feira (13/7), sugerindo que o período ideal para semeadura no Rio Grande do Sul se inicie em 01 de outubro de 2023 e termine em 18 de fevereiro de 2024. De acordo com a federação, dessa forma seriam mantidos os 140 dias estabelecidos no calendário de plantio de soja da safra 2022/2023. 

O vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad, que assina o documento, afirma que o calendário proposto “não tem o embasamento técnico necessário e foi feito sem consulta aos setores que representam os produtores rurais”. A nota ainda advoga que tal calendário impossibilita a colheita da chamada safrinha.

Correio do Povo

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