quarta-feira, 5 de julho de 2023

Câmara de Porto Alegre convoca CEEE Equatorial para prestar esclarecimentos

 Comunidades de periferias da Capital relatam cobranças exorbitantes de tarifas e pedem para empresa renegociar dívidas de energia elétrica


Faturas de energia elétrica que beiram os R$ 2 mil, R$ 3 mil em casebres simples, que pertencem a famílias predominantemente formadas por catadores, moradores de regiões pobres de Porto Alegre. Esta é a realidade de um bom número de vilas como Santo André e Amazônia, na periferia da Capital. Por conta desta distorção, a CEEE Equatorial foi convocada a prestar esclarecimentos na reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal ocorrida nesta terça-feira.

Proposto pelo vereador Alvoni Medina (Republicanos), o encontro levou representantes destas comunidades e da empresa, a fim de abordar o tema e procurar soluções viáveis. O representante da Vila Santo André, Jorge Fagundes, expôs os problemas que a comunidade vive com a concessionária de energia. Segundo ele, a empresa tem cobrado valores exorbitantes de taxa de energia elétrica dos moradores.

O morador afirmou, ainda, que profissionais da CEEE coagiram vizinhos a assinar contratos que não possuem condições de pagar. “Eu acho errado, a pessoa trabalha de manhã para comer à noite, não tem um salário fixo. E a Equatorial está lá dentro (da Vila Santo André) cobrando e obrigando as pessoas a fazer um acordo”, atestou o líder comunitário.

Outras comunidades, como a Vila Amazônia, exigiram a implementação de uma taxa mínima de energia para as comunidades e um tempo mais longo para pagar as parcelas das dívidas. Atualmente, a Equatorial oferece o parcelamento em até 48 vezes, o que os moradores alegaram ser inviável.

O executivo de relacionamento com o cliente da empresa, Alessandro da Silva, explicou que a regularização de energia é feita de forma uniforme, a fim de evitar o furto de energia. Sobre a Vila Santo André, apontou que houve algumas instabilidades no sistema antigo. Em relação ao valor das faturas, ele disse que é necessário apurar caso a caso. “A gente não pode tomar casos específicos como generalidade”, disse.

O diretor do Procon de Porto Alegre, Wambert Di Lorenzo, afirmou que o órgão abriu uma investigação sobre o tema em maio deste ano. Ele explicou que a intenção da notificação à empresa era, a partir das respostas da própria Equatorial, analisar os casos individuais de suspeita de cobranças abusivas. Ele colocou o Procon à disposição das comunidades.

Ficou marcado um encontro entre os membros da comissão e o presidente da CEEE Equatorial, a análise individual das tarifas dos moradores e uma visita, com representantes da Equatorial e do Procon, às comunidades, para atendimento individual.


Correio do Povo

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