Vice-presidente afirmou à Record TV que programa de incentivo à compra de veículos também vai beneficiar empresas e locadoras
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou, em entrevista à Record TV nesta quarta-feira, que há condições econômicas favoráveis para a redução da taxa Selic, a taxa básica de juros do país. O índice está em 13,75% desde agosto do ano passado, o maior desde janeiro de 2017.
"A economia está reagindo. O dólar caiu, a Bolsa subiu, o PIB cresceu, a inflação caiu. Temos é que perseverar no trabalho. Essa decisão (sobre a Selic) quem pode dar é o Banco Central, mas acho que as condições para a redução das taxas de juros estão colocadas: bom regime fiscal e queda da inflação", afirmou Alckmin. A manutenção do índice em patamares elevados tem sido criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde que assumiu a Presidência. As declarações de Lula são direcionadas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Nas últimas falas sobre o assunto, Lula afirmou que não há "explicação histórica" para o índice. "Para que esses juros tão altos? Quem é que ganha com isso e quem é que perde? Quem perde, nós sabemos, é o povo brasileiro, é o empresário que quer investir, é o pequeno e médio empreendedor", disse na terça, durante evento em Pernambuco.
Compra de carros
Durante a entrevista, Alckmin também comentou o programa do governo federal de incentivo à compra de veículos, anunciado oficialmente na segunda por ele e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. "Nós não estamos tirando nada. Esse carro de menos de R$ 60 mil tem air-bag, segurança, ar-condicionado, freio ABS, sistema de frenagem e tecnologia de ponta. Nós estamos tirando o imposto para ajudar a população a ter acesso a um produto e ativar o emprego, segurar o emprego nesse momento", completou Alckmin.
Segundo o vice-presidente, em um primeiro momento, o foco do programa serão as pessoas físicas. "As pessoas jurídicas, as empresas e as locadoras vão poder participar, mas nós vamos privilegiar e beneficiar, no começo, a pessoa física. A pessoa que está com o carro usado poder trocar de carro. Aquele que está com uma moto poder ter um carro. Isso é para veículos de até R$ 120 mil."
Alckmin destacou ainda o aspecto sustentável da medida. "Tem o compromisso de tirar o caminhão ou o ônibus velho da rua, que estão poluindo, quebram, têm problema de segurança, acidentes. Tira o caminhão velho da rua, vai para a reciclagem ou para a siderurgia, e você coloca um caminhão novo, que vai poluir muito menos, ter muito mais segurança e renovar a frota", disse, ao ressaltar a eficiência energética do programa.
"Foi importante ter sido (anunciado) no Dia do Meio Ambiente, 5 de junho, porque nós estamos estimulando a eficiência energética, o carro que polui menos. Aquele carro que emite mais vai ter menos crédito, menos redução de impostos. Um dos critérios é poluir menos, ser ecologicamente mais verde. Uma boa notícia: em maio do ano que vem, vai ser produzida no Brasil a primeira caminhonete híbrida, etanol-elétrica, fabricada aqui", acrescentou.
O programa de incentivo à compra de carro tem três critérios: social, ambiental e industrial. O desconto mínimo é de 1,6%, e o máximo, de 11,06%. Em valores, o menor desconto é de R$ 2.000, e o maior, de R$ 8.000. A expectativa é que o programa, com custo de R$ 1,5 bilhão, tenha duração de ao menos quatro meses.
R7 e Correio do Povo
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