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sexta-feira, 2 de junho de 2023

Problemas na coleta de lixo persistem e Melo ameaça romper com empresa contratada

 Prefeito disse que já está preparado para fazer uma contratação emergencial caso a Consórcio Porto Alegre Limpa não resolva situação do lixo acumulado na cidade

Duas semanas após a população de Porto Alegre perceber problemas na coleta de lixo, algumas regiões ainda sofrem com resíduos espalhados fora dos contêineres e dejetos jogados na rua. Nos bairros Auxiliadora, Agronomia, Bom Fim e Menino Deus, moradores relatam contratempos frequentes na coleta de lixo, além de contêineres quebrados ou danificados. O prefeito Sebastião Melo afirmou nesta quinta-feira que deu um ultimato à empresa Consórcio Porto Alegre Limpa, responsável pela coleta automatizada, antes de viajar à Itália, na semana passada.

Mesmo com a cobrança, ele reconhece que a coleta de lixo na Capital voltou a apresentar problemas esta semana. “O CEO da empresa quer falar comigo, mas disse que não atenderia se ele não resolvesse o problema. A prestação de serviço da coleta do lixo no Brasil é muito complicada. As pessoas participam do certame, tem um edital, tem as regras do jogo e depois, na hora da operação, começa todo esse problema”, afirmou. Se a empresa não melhorar os serviços, Melo ameaça romper o contrato com a empresa e realizar nova licitação para contratação em caráter emergencial. 

“Se tiver mais um erro, vou fazer uma contratação emergencial. Já estou preparado para isso, não vou suportar esse tipo de coisa. Mas na administração pública tu não podes dispensar o cidadão, o contratado, por telefone, e contratar outro. Tem regras. Estou preparando isso”, garantiu. Melo ressaltou que a prefeitura está trabalhando em um termo de referência para qualificar o serviço de coleta. “Vou mudar esse tipo de contêiner, porque tem apenas dois ou três que têm esse modelo. Tem briga, disputa e boicote entre eles, tem de tudo um pouco no meio disso. Não podemos ser reféns disso”, alertou.

Embora a coleta tenha melhorado em alguns pontos da Cidade Baixa, Centro Histórico e Praia de Belas, quem transita pelas ruas João Telles, no Bom Fim, e na Múcio Teixeira, no Menino Deus, ainda se deparava com lixo espalhado no entorno de contêineres. Uma cena que se tornou rotina para moradores e funcionários de estabelecimentos comerciais desses bairros. O advogado Márcio Alan Sakis, que reside na rua Dezessete de Junho, no Menino Deus, afirma que são constantes os problemas na coleta de lixo no bairro.

“Do lado do meu prédio, tem um setor de cortes de um restaurante. Eles fazem cortes de carne e despejam o lixo orgânico na lixeira aqui do lado. Só que vai aumentando e a prefeitura não recolhe. Os catadores tiram esse lixo, porque tem caixa, pegam a caixa de papelão e colocam tudo em volta da lixeira Então fica o sangue e junta muita mosca. E como o meu apartamento é de frente para rua, onde fica o contêiner, entra mosca para dentro de casa. Aí tenho que fechar as janelas fechadas. Fica ruim porque daí não ventila”, observou.

Diante desse cenário, Sakis já fez uma série de reclamações para a Central de Atendimento ao Cidadão através do número 156, da prefeitura. “Não vem nenhum apoio. O lixo ficou aqui uma semana em volta da lixeira. E nesta quinta-feira, dia 31, veio aquele caminhão automatizado. Tiraram o lixo, porque estava transbordando, só que deixaram em volta. Não sei o que acontece, se operador não sabe manusear ou é um problema no caminhão. Eles deixam cair a metade do lixo”, afirmou. Já fiz várias reclamações. De 15 em 15 dias vem um caminhão de apoio para fazer a limpeza ali, mas é de 15 em 15 dias”, destacou. 

Como parte do lixo segue espalhada pelo chão, muitas vezes o serviço de limpeza acaba realizado por funcionários dos prédios. “Não é trabalho deles, eles têm que limpar em volta, deixar a calçada limpa do prédio, mas os lixos que não são nem dos prédios eles têm que colocar dentro da lixeira”, criticou. Além do serviço malfeito pela empresa de coleta de lixo, a ação de catadores agrava o cenário. Eles vêm à noite e tiram tudo, rasgam tudo e deixam atirado, porque às vezes querem pegar o saco plástico. Fica muito feio e quando está um pouco mais quente, fica um odor ruim, até insalubre”, frisou. 


Correio do Povo

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