Emissora teria promovido 'conteúdo desinformativo'
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil nesta segunda-feira, 9, contra a emissora de rádio e televisão Jovem Pan. A empresa teria disseminado conteúdo “desinformativo” sobre o funcionamento das instituições brasileiras, com potencial para incitar “atos antidemocráticos”.
A investigação baseia-se em um levantamento feito nos últimos meses. A emissora também teria veiculado “notícias falsas” e promovido “comentários abusivos” durante sua programação.
Entre as justificativas citadas pelo MPF, está a cobertura das manifestações ocorridas em Brasília no domingo 8. Segundo o Ministério Público, os comentaristas da Jovem Pan “minimizaram o teor de ruptura institucional dos atos e tentaram justificar as motivações dos criminosos que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes”.
As declarações dos jornalistas Alexandre Garcia, Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino foram citadas como exemplos de falas consideradas ofensivas aos “Poderes da República”. Outros nomes também foram mencionados no informativo do inquérito.
O MPF considerou que vários programas veiculados pela Jovem Pan possuem declarações com “potencial efeito de incitação a atos violentos no país”. Entre elas, as críticas sobre a lisura do processo eleitoral de 2022, que terminou com a eleição do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
Ordens do inquérito
O MPF pediu que a Jovem Pan forneça as informações detalhadas sobre sua programação e sobre os dados pessoais dos apresentadores e dos comentaristas dos programas Jovem Pan News, Morning Show, Os Pingos nos Is e 3 em 1 em até 15 dias corridos.
O YouTube também foi informado que deve preservar na íntegra todo o material publicado pela Jovem Pan desde 2022 até hoje e comunicar, no prazo máximo de 30 dias, a relação completa de conteúdos deletados e com visualização restringida pela emissora.
Vídeos que foram alvos de moderação direta do YouTube ao longo do ano passado deverão ser especificados, e os motivos do controle explicados pela plataforma.
Procurada por Oeste, a Jovem Pan não se posicionou até a publicação desta reportagem.
Revista Oeste
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