Pesquisa com 9 mil participantes mostra que hábitos de saúde da população jovem estão causando alta nos diagnósticos de doenças crônicas
A 2ª edição do estudo de monitoramento dos fatores de risco para doenças crônicas no Brasil (Covitel 2023) trouxe descobertas importantes sobre uma piora nos hábitos de saúde, especialmente entre as pessoas mais jovens, na faixa etária entre 18 e 24 anos.
Divulgada nesta quinta (29/6), a pesquisa foi realizada entre 2 de janeiro e 15 de abril, em cinco grandes regiões, pelo instituto Vital Strategies Brasil, em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e Umane. Ao todo, foram entrevistadas 9 mil pessoas de várias faixas etárias.
Os pesquisadores identificaram um aumento de 90% na prevalência de obesidade entre os jovens: em apenas um ano, o indicador saiu de 9% (2022) para 17,1% (2023). Entre esses indivíduos, apenas 36,9% cumprem o tempo recomendado de atividades físicas por semana (mais de 150 minutos), só 33,5% consomem frutas regularmente e 39,2% comem verduras ao menos cinco vezes por semana. Pelo menos 76,1%, fazem uso excessivo de telas.
Os jovens que participaram da pesquisa alegam ter problemas no sono: 42,8% não dormem bem e 47,8% dizem dormir pouco.
Segundo o levantamento, 9,4% deles são fumantes ou ex-fumantes de cigarro tradicional; 15,8% já usaram narguilé e 17,3% já consumiram cigarro eletrônico.
“A princípio, achávamos que esses fatores de risco só afetariam a saúde no futuro, mas já estão causando problemas”, aponta a especialista Érika Aquino, da Vital Strategies.
Cerca de 8,2% dos jovens brasileiros têm hipertensão e 2,2% têm diabetes diagnosticada — nos dois casos, boa parte dos pacientes não faz uso de medicamento, apesar de ter prescrição.
Metrópoles
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