Candidato processo eleitoral eleitoral marcado por denúncias de corrupção ao superar o liberal Efrain Alegre
O economista Santiago Peña, do governista Partido Colorado, foi eleito presidente do Paraguai neste domingo, superando nas urnas o líder liberal Efraín Alegre, em um processo eleitoral marcado por denúncias de corrupção contra importantes dirigentes do partido da situação. Peña, um conservador de 44 anos, recebeu mais de 42% dos votos, ficando à frente de Alegre (27%), anunciou a autoridade eleitoral paraguaia, após a apuração de mais de 90% das urnas.
O ex-deputado de direita e antissemita Paraguaio Cubas ficou em terceiro com 22% dos votos. A participação do eleitorado foi de 63%. Peña substituirá o atual mandatário Mario Abdo Benítez a partir de 15 de agosto por um mandato de cinco anos.
Em suas primeiras palavras como presidente eleito, Peña agradeceu o apoio do ex-presidente Horacio Cartes (2013-2018), seu padrinho político sob privilégio dos Estados Unidos, que o classificaram como "significativamente corrupto". "Muito obrigado meu querido presidente da Associação Nacional Republicana (ANR, Partido Colorado), Horacio Cartes. Admiro a imensidão de sua obstinada dedicação ao partido", discursou Peña ao lado do ex-presidente, diante dos aplausos de apoiadores na sede de campanha.
Pouco depois do anúncio da justiça eleitoral, Alegre encontrou a derrota. "O esforço não foi suficiente. O povo em sua maioria votou pela mudança, mas pela divisão não foi possível. A cidadania nos ensina que unidos somos maioria", disse à imprensa.
A campanha eleitoral ocorreu simultaneamente com a garantia dos Estados Unidos contra alguns dos mais importantes líderes colorados, como Cartes e o vice-presidente Hugo Velázquez. O Paraguai, no centro da América do Sul, é considerado um ponto de trânsito de drogas para Brasil e Argentina antes de sua saída para Europa e Ásia.
Em 2022, o promotor Marcelo Pecci e o prefeito José Carlos Acevedo foram assassinados, em crimes atribuídos ao narcotráfico. Embora o Paraguai tenha uma das economias que mais aceitou na América Latina - com previsão de +4,5% para o PIB em 2023, segundo o Fundo Monetário Internacional - a pobreza atinge 24,7% da população, que sofre com desigualdades extremas.
Peña causou a criação de 500 milhões de empregos. Alegre defende uma incorporação do setor informal, que abrange 40% dos trabalhadores. Para o analista econômico Rubén Ramírez, o governo de Peña será "confortável" para os investidores, que valorizam a estabilidade econômica do Paraguai. "Ele é jovem, foi membro do Conselho do Banco Central, foi Ministro da Fazenda, ex-funcionário do Fundo Monetário Internacional e conhece os códigos de desenvolvimento de um país que enfrenta o mundo exterior em questões refratárias", analisou.
AFP e Correio do Povo
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