quarta-feira, 31 de maio de 2023

Lula diz que recomendou a Maduro fazer movimento e pedir respeito à soberania da Venezuela

 Presidente fez pronunciamento à imprensa depois de cúpula em que participaram 12 países da América do Sul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira que recomendou ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fazer um movimento com apoio de opositores e de lideranças locais para pedir respeito à soberania do país. "Eu nem deveria dizer, porque é uma conversa entre dois presidentes, mas eu disse: 'Você precisa provar o que você está falando. Tem que fazer documento com todos os opositores, os movimentos sociais, sindicais, o parlamento e advogados. Faz um abaixo-assinado e peça respeito à soberania da Venezuela", afirmou.

Mais cedo, Lula foi criticado pelos presidentes do Uruguai e do Chile, Luis Lacalle Pou e Gabriel Boric, respectivamente, pelas falas em defesa da Venezuela. Boric afirmou que a ditadura no país vizinho não é "narrativa", e, sim, "real e séria".

"Temos discrepância com o que Lula disse ontem [segunda (29)]. Não é uma questão de narrativa. É uma coisa real e séria. Exige uma posição firme e clara a favor de que direitos humanos devem ser respeitados sempre", disse. Luis Lacalle Pou disse ter ficado "surpreendido" com a declaração de Lula. Segundo o uruguaio, não se pode fechar os olhos para o que acontece na Venezuela.

Líderes presentes

O objetivo da cúpula dos países da América do Sul, de acordo com a Presidência da República, foi promover um diálogo franco entre todos para identificar denominadores comuns, discutir perspectivas para a região e reativar a agenda de cooperação sul-americana em áreas-chave, como saúde, mudança do clima, defesa e energia.

Participam do encontro os presidentes Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela).

Na lista de participantes, a exceção é o Peru. A atual presidente, Dina Boluarte, não pôde deixar o país por causa de impedimentos legais internos — a nação vive uma crise política desde a destituição do ex-presidente Pedro Castillo. Em seu lugar, veio o presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.


R7 e Correio do Povo

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