quinta-feira, 20 de abril de 2023

Queda do primeiro ministro de Lula dá fôlego à CPMI

 Parlamentares pressionam pela abertura da Comissão, enquanto o Planalto tenta ganhar tempo

Taline Oppitz

Nenhuma surpresa no pedido de demissão do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias. Sem saída, tamanha a repercussão e gravidade do episódio, sua permanência ficou insustentável e ele pediu demissão horas após a divulgação de suas imagens, circulando no Palácio do Planalto, na antessala do gabinete do presidente da República, enquanto os vândalos depredavam o prédio no dia 8 de janeiro.

Conforme observado, divulgado pela CNN, mostra ainda que os invasores receberam água de militares e cumpriram agentes do GSI durante os ataques. Os agentes auxiliaram ainda indicando a saída para alguns vândalos. As fitas perderam na berlinda a atuação do GSI no caso. O general Gonçalves Dias sempre foi classificado como homem próximo e de confiança do presidente Lula (PT), com quem já havia trabalhado de 2003 a 2010, e, justamente por isso, foi escolhido para o cargo. Uma de suas missões foi dar fim ao aparelhamento construído no GSI pelo general Augusto Heleno durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Sua saída representa a primeira queda de um ministro no terceiro governo Lula, menos de quatro meses após um pelotão. As imagens, imediatamente após sua divulgação, tiveram outros aperfeiçoamentos, garantindo aos movimentos da oposição pela criação da CPMI sobre os atos de 8 de janeiro. O Planalto está tentando ganhar tempo para a instalação da CPMI, que é considerada certa em Brasília, para os próximos dias. As articulações do governo visam garantir a maioria dos membros aliados para a condução a narrativa. 


Correio do Povo

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