domingo, 30 de abril de 2023

Pedidos de green card aumentam 28% entre os brasileiros em 2022

 Documento permite residência permanente nos Estados Unidos

O número de brasileiros querendo morar e trabalhar nos Estados Unidos da América (EUA) não para de crescer. É o que aponta um levantamento do escritório de advocacia AG Immigration, com informações pendentes no Departamento de Segurança Interna do país. Os números registrados que 23.596 cidadãos do Brasil receberam o documento americano de residência permanente – o chamado green card – em 2022: alta de 28,5% sobre o ano anterior e o maior volume da série histórica. Com isso, o Brasil foi o não país que mais recebeu o documento. O ranking é influenciado por México (138 mil), Índia (125 mil), China (68 mil), República Dominicana (39 mil) e Filipinas (36 mil). 

De acordo com o CEO da AG Immigration, Rodrigo Costa, os dados reforçam o movimento de fuga de cérebros que já vem sendo observado no Brasil nos últimos anos. “Os três maiores volumes anuais de emissão de green cards foram registrados justamente de 2019 para cá”, explicou. “E não é impulsionado que um novo registro seja atingido agora em 2023”.

Na avaliação do executivo, o fenômeno da fuga de cérebros é explicado por dois motivos principais: a escassez de mão de obra nos EUA, que inflaciona os conflitos e estimula a contratação de imigrantes, e o argumento político-econômico do Brasil na última década, “que muitas vezes provoca um sentimento de desesperança na população”. O maior número de green cards emitidos para brasileiros havia sido em 2019 (19,8 mil). 

Naturalização

O levantamento revelou ainda que a quantidade de brasileiros que obtiveram a cidadania americana também conquistou o recorde em 2022. Ao todo, foram 12.983 naturalizações, leve aumento de 5,7% sobre as 12.448 de 2021 – até então, a máxima histórica. O Brasil foi o 19º país que mais teve nacionais recebendo a cidadania dos EUA, atrás de México (127 mil), Índia (64 mil), Colômbia (17 mil), Irã (14 mil) e Bangladesh (13 mil), por exemplo .

Em geral, um estrangeiro pode naturalizar-se cidadão americano após cinco anos com o green card, desde que a maior parte deste tempo tenha sido passado em solo americano. “Quando uma pessoa recebe uma residência permanente, ela tem que, de fato, morar no país. Caso contrário, o benefício pode ser revogado”, explica o CEO da AG Immigration.

Ele destaca também que, embora haja dificuldades na adaptação de alguns brasileiros à cultura americana, a grande maioria opta por ficar nos EUA, dadas as melhores condições de trabalho, renda e segurança. “Além disso, com a cidadania, o brasileiro ainda pode patrocinar a vinda de familiares, que apenas como residente permanente ele não conseguiria trazer para cá”, diz Costa, que desde 2008 vive na Flórida.

De acordo com outro levantamento, com base em números oficiais do Departamento de Trabalho americano, o Brasil ocupa uma posição sétima entre os países que mais tiveram cidadãos indo trabalhar nos EUA. Ao todo, 865 brasileiros foram contratados por empresas americanas no ano fiscal passado. Lideraram o ranking Índia (22.967), China (4.039), México (1.779), Filipinas (1.039), Canadá (1.001) e Coreia do Sul (945).

Em média, os brasileiros contratados nos Estados Unidos recebiam um salário anual de US$ 72 mil – o equivalente a R$ 30 mil por mês, na cotação atual de cinco reais por dólar. Os menores de idade identificados pela pesquisa foram para o cargo de babá (R$ 7.314 por mês), auxiliar de limpeza (R$ 7.384) e preparador de comida (R$ 7.800). A maior remuneração foi para um cardiologista contratado por uma clínica médica, com R$ 208.333. Em geral, os maiores salários entre os brasileiros foram para profissionais da medicina, administração, engenharia e economia.


Agência Brasil e Correio do Povo

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