A tática agora garante a maioria de aliados no grupo para controlar a narrativa
Taline Oppitz
Os avanços da divulgação das imagens de Gonçalves Dias, agora ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), estão longe de terminar. Homem próximo e de confiança do presidente Lula, com quem trabalhou por anos, Gonçalves Dias aparece nas emoções circulando entre os vândalos e até interagindo com eles nos atos do dia 8 de janeiro. Além da queda do ministro, que pediu para sair, o caso forçou o Planalto a dar uma guinada em sua estratégia inicial, que era a de tentar inviabilizar a CPMI para investigar os atos.
Uma comissão de investigação não é boa para nenhum governo, muito menos para um início de mandato que tem temas importantes e polêmicos pela frente, como as votações da Reforma Tributária e do arcabouço fiscal. A tática agora é a de viabilizar o assunto, mas garantindo uma maioria de integrantes aliados no grupo, para controlar a narrativa. O governo e o próprio Lula, considerado um animal político devido à capacidade de articulação, vêm errando e agindo como amadores em diversos episódios. Este foi apenas o último e mais grave.
Se o Planalto não tem nada a temer, como dizem interlocutores próximos ao petista, por que se esforçaram para impedir e negaram o acesso integral às imagens, mesmo que apenas para personagens que poderiam manter o sigilo se fosse necessário? A divulgação à revelação do Planalto, a gravidade do conteúdo e a queda do ministro, que se tornou inevitável, foram apresentados dados de bandeja para a oposição, que está em maior número.
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário