Especialistas em saúde conversaram sobre alternativas para otimizar o atendimento aos pacientes com auxílio de dados e da inovação digital
O Brasil vive uma crise de saúde mental sem "precedentes", avaliando o médico psiquaitra e criador do Wida, Christian Kieling. Ele foi um dos palestrantes do painel "Mind Over Matter: The Future of Digital Mental Health", que aconteceu na tarde desta quinta-feira, na South Summit Brazil , no Cais Mauá.
Ao lado de outros especialistas em saúde, os "speakers" conversaram sobre alternativas para otimizar o atendimento aos pacientes com auxílio da transformação digital. "Vivemos uma crise de saúde mental sem precedentes. Felizmente, hoje falamos mais sobre. Hoje a saúde mental está entrando pela porta da frente. Conseguimos trazer esse tema de uma maneira mais clara e mais evidente", ensinou.
Conforme Kieling, as soluções que existem sobre o tema, atualmente, estão atreladas a colocar mais dinheiro. Em sua opinião, essa não é a solução. "Os EUA investem 20 bilhões de dólares nos últimos anos em pesquisa, mas o índice de suicídios só cresce. A autorização não está fechando. Estamos trabalhando mais dinheiro e não está funcionando", resumiu Christian.
Digitalizar a jornada do paciente
O gerente de Saúde Digital do Hospital Moinhos de Ventos, Felipe Cezar Cabral, explicou que uma "jornada do paciente" de saúde mental é complexa e requer atenção. "O tratamento é mais subjetivo, a melhora é mais subjetiva, dentro da avaliação do médico e do paciente. Quando falamos de digitalizar isso, é incrível", salientou.
Os estudos que irão avaliar os efeitos dos dados nos tratamentos de pacientes com depressão ainda estão no começo. "Quando mais dados a gente tem, mais fácil de alavancar os estudos. Isso vai acarretar em diagnóstico precoce e acompanhamento mais certeiro". A ideia de Cabral é que os dados, que estão em excesso na humanidade e podem ter influenciado no estágio atual da ansiedade mundial, sejam utilizados no combate à depressão.
Um exemplo dado por Kieling foi o monitoramento com auxílio do GPS. "É possível utilizar o smartphone. Não vou me reduzir aos sintomas. Paciente com depressão não saiu de casa, o GPS não se mexe". O médico psiquiatra defendeu que cada casa precisa ser analisada com singularidades. "A gente sabe que atividade física faz bem para quem tem depressão, sim, mas não posso recomendar isso para a Simone Biles".
O co-fundador da Alice, Guilherme Azevedo e o professor de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Luis Augusto Rohde, também participou na palestra.
Correio do Povo
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