quinta-feira, 30 de março de 2023

“A gente removeu 180 toneladas de carbono”, diz fundador da Grilo, no South Summit

 Startup participou do painel “O Futuro da Mobilidade e o Impacto nas Mudanças Climáticas Globais” no evento.

A startup de mobilidade urbana Grilo nasceu em Porto Alegre mas, nesta quarta-feira, apresentou para o mundo sua visão de sustentabilidade, na programação do South Summit Brazil. O fundador da empresa que aposta em trajetos curtos com carros elétricos, Carlos Novaes, foi um dos painelistas que debateu “O Futuro da Mobilidade e o Impacto nas Mudanças Climáticas Globais”, no primeiro dia do evento, no Demo Stage, no Cais Mauá. “A gente já tirou de carbono o equivalente ao plantio necessário de quase 2 mil árvores. A gente removeu 180 toneladas de carbono”, disse o fundador da Grilo, na ocasião.

Para Novaes, o debate sobre os impactos do modelo tradicional de transporte deve ser ampliado com urgência. Também painelista, Eduardo Baltar, CEO da Ecofinance Negocios, trouxe para o debate dados que mostram a contribuição da mobilidade para a emissão de gases prejudiciais ao planeta. Conforme Baltar, o transporte é responsável por 15% das emissões mundiais e 10,5% das nacionais. Das emissões no país, 92% é baseada no transporte terrestre. De acordo com o levantamento de emissões de carbono da Ecofinance, em 2022, “66% das emissões da cidade de Porto Alegre estão energéticas no transporte”, detalha Baltar.

O empresário da Grilo avalia que é preciso começar a implementar as mudanças agora, para que tenha um avanço gradual até 2050. Novaes acredita que as melhorias passam pelo formato escolhido pela sua startup. “A mobilidade elétrica, o Grilo entende que, no momento, é a matriz correta para a gente descarbonizar dentro dos centros urbanos. Olhando para quem? Para o cidadão”, afirmou. A mediadora do painel, Luciana Marson Fonseca, diretora do Instituto Cidades Responsivas, destacou que o foco no cidadão traduz uma cidade responsiva. “É uma cidade que usa a tecnologia da cidade inteligente, mas tem o protagonismo dos usuários”, explicou. Segundo ela, o foco da tecnologia responsiva são os dados abertos e em tempo real, e o aplicativo Waze exemplifica bem o tema.

Sobre o foco na mobilidade elétrica, o diretor de Tecnologia e Inovação de Produto das Empresas Randon, Cesar Ferreira, defendeu o meio termo: veículos híbridos. Segundo ele, há estudos que mostram que o processo de eletrificação pode ser menos “limpo”, emitindo mais gases prejudiciais ao meio ambiente, do que a emissão de um veículo híbrido, que possui um motor a combustão, movido a etanol. O importante, para o diretor, é focar na matriz energética do país. Para Ferreira, “O Brasil é o país da hibridização com combustível biológico, biocombustível”, avalia. O diretor executivo de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras, Rafael Chaves Santos, concorda que o Brasil tem “vocação” para biocombustível, mas avalia que é uma mudança gradual, minimizando o dilema entre eficiência econômica e sustentabilidade.


Ouça "Passeio virtual por Madrid e robô dançarino: as experiências tecnológicas presentes na South Summit" no Spreaker.

Correio do Povo

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