terça-feira, 13 de dezembro de 2022

VOCÊ JÁ LEU -A CIVILIZAÇÃO DO ESPETÁCULO-? - 13.12.22

 Por Alex Pipkin


 


Caso não tenha lido o excelente diagnóstico do nosso tempo, elaborado por Mario Vargas Llosa, recomendo que o faça.


Vargas Llosa coloca os holofotes na hipócrita sinalização de virtudes e na frivolidade da política, objetivamente na primazia dos sentimentos e do secundário sobre o essencial e a verdade objetiva.


Ontem, assistindo na telinha o discurso de diplomação do ex-presidiário e do aplaudido de pé, Alexandre de Moraes, o tiranete da moda, o preferido dos preferidos da turma corporativista do atraso, poderia ter me vindo à mente vários livros, mas foi esse que minha memória chupou.


Surreal o mundo paralelo que essa elite podre vive, enquanto o povo iletrado e iludido, no mundo real, sobrevive.


No discurso de Da Silva, a arte da dissimulação é estressada no limite. A desfaçatez e o rancor escondidos entre suas palavras são escancarados para mim, e o sentimentalismo próprio desse tipo de gente é tangibilizado com um choro que só convence os mais fanáticos de sua seita fundamentalista. Diz ele, mais ou menos assim, “que ninguém sabe o que ele passou… nos últimos tempos”, como se roubar de pá e destruir o sonho de milhões e milhões de brasileiros incautos, ao invés de merecer o xadrez, devesse ser premiado com uma estátua de ouro.


Evidente que entrou em ação a novilingua, conhecida, porém, agora repaginada com um vermelho e verde-amarelo progressistas. As senhas, obviamente são “democracia e Estado de Direito”. Emocionei-me, e quem por um fio não chorou fui eu.


Depois, veio o xerife do faroeste nacional, o de toga preta, Alexandre, “O Grande”.


Vou dispensar meus dedos de muito trabalho de digitação, esse cidadão não vale tanto esforço.


A destruidora ladainha se repete, o autoritarismo e o descaramento travestidos de defesa da democracia e do Estado de Direito, a verdade paralela dessa turma, que verbaliza sobre “causas sociais” a fim de angariar mais e mais poder, surrupiando os direitos e as liberdades individuais dos reles mortais nacionais.


No conjunto da obra, quase fui aos prantos com tamanha eloquência em defesa da democracia, do Estado de direito, do lado humano dos de carne e osso, da imparcialidade, do justiça que funciona, da honestidade, do caráter e do exemplo para os jovens do Brasil e do mundo.


Quase chorei. Sou mesmo muito “frágil” e emotivo.


Recompus-me. Respirei fundo e realizei. Vivemos num período de exceção, da ditadura da toga, da manutenção da cleptocracia, do sentimentalismo tóxico e embusteiro, da parcialidade que choca e devasta a tudo e a todos, da consagração, mais uma vez, da impunidade e da injustiça, da desfaçatez e da sem-vergonhice, e da mau caráter hipocrisia.


Triste, mas choraremos, de fato, por estarmos entregues a essa poderosa “elite nacional”.


Pontocritico.com

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