domingo, 4 de dezembro de 2022

Parlamento e judiciário do Irã discutem obrigatoriedade do véu feminino; lei pode ser alterada

 Procurador-geral prometeu resultados rápidos sobre a questão; país enfrenta onda de protestos após morte de jovem acusada de violar o código de vestimenta

O parlamento e o judiciário do Irã estão trabalhando na questão do véu obrigatório para as mulheres, anunciou o procurador-geral, prometendo resultados rápidos, sem especificar em que direção a lei pode ser alterada.

O Irã está envolvido em uma onda de protestos desde a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos que morreu em 16 de setembro depois de ser detida pela polícia da moralidade por violar o código de vestimenta da República Islâmica, que exige que as mulheres usem o véu em público.

As mulheres lideram os protestos, nos quais gritam palavras de ordem antigovernamentais, removem seus lenços da cabeça e os queimam.

O presidente ultraconservador Ebrahim Raissi já impôs novas restrições ao vestuário. O uso do lenço na cabeça tornou-se obrigatório no Irã em 1983, quatro anos após a revolução islâmica de 1979.

A polícia moral, conhecida como Gasht-e Ershad (patrulhas de orientação), foi criada no governo do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadinejad para "espalhar a cultura da decência e do hijab (véu)".

O procurador-geral anunciou uma data próxima para os resultados do exame sobre o uso obrigatório do hijab.

"Na quarta-feira tivemos uma reunião com a comissão de cultura do parlamento e veremos os resultados em uma ou duas semanas", disse ele em um discurso em Qom, ao sul da capital Teerã.

O presidente Raissi disse em uma conferência em Teerã neste sábado (3) que a Constituição do Irã "tem valores e princípios sólidos e imutáveis", mas existem métodos de aplicação "que podem ser alterados".


AFP, R7 e Correio do Povo

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