Candidato disputa o governo do RS no segundo turno contra Eduardo Leite
Flavia Bemfica
Onyx Lorenzoni é deputado federal há 20 anos e concorre pela primeira vez ao governo do RSAos 68 anos, o deputado federal Onyx Lorenzoni (PL) disputa pela primeira vez o governo do Rio Grande do Sul. O parlamentar, contudo, exerce mandatos eletivos desde 1995, após ter sido eleito deputado estadual em 1994, também pelo PL. Na Assembleia Legislativa, Onyx cumpriu dois mandatos consecutivos. Ainda durante o primeiro, em 1997, trocou o PL pelo antigo PFL. Como representante da legenda, concorreu cinco vezes a uma cadeira na Câmara dos Deputados, a partir de 2002, obtendo sucesso em todas. Na última, em 2018, fez mais de 183 mil votos, sendo o segundo mais votado pelo Estado.
Já deputado federal, em 2004 e em 2008 disputou a prefeitura de Porto Alegre, mas não ganhou, ficando na terceira e na quinta colocações, respectivamente. Em 2007, quando o PFL mudou de nome, passando a se chamar Dem, seguiu no partido, tornando-se uma das principais lideranças da sigla no Rio Grande do Sul. Em 2022, após a fusão do Dem com o PSL, que resultou no União Brasil, permaneceu por um curto período na nova sigla, e dela migrou novamente para o PL, seguindo o mesmo caminho de Jair Bolsonaro.
Na Câmara dos Deputados, votou a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, da proposta de emenda à Constituição (PEC) do teto dos gastos, no mesmo ano, e da reforma trabalhista, em 2017. Ainda em 2016, foi o relator do projeto que ficou conhecido como o das 10 Medidas contra a Corrupção, capitaneado por setores do Judiciário e do Ministério Público Federal alinhados à Operação Lava Jato. O original tinha mais de uma centena de propostas e previa mudanças em vários outros itens que não os crimes de corrupção, com alterações em diferentes leis, no Código Penal e no Código do Processo Penal. O substitutivo do relator trazia mais pontos polêmicos. E o Congresso Nacional acabou por aprovar uma terceira versão do texto.
Apoiador de primeira hora da candidatura de Jair Bolsonaro à presidência em 2018, Onyx foi o principal articulador da campanha no RS naquele ano. Com Bolsonaro eleito, foi nomeado ministro extraordinário da coordenação da transição. Em janeiro de 2019, quando o presidente assumiu, foi designado para comandar a Casa Civil, pasta apontada como o centro político das administrações. Um ano depois, foi transferido para o comando do Ministério da Cidadania. No início de 2021, saiu da Cidadania para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República. Menos de seis meses depois, em julho, foi transferido para o Ministério do Trabalho e Previdência, que foi recriado, onde ficou até março deste ano, quando voltou para a Câmara, de forma a poder disputar o governo gaúcho.
Nas articulações para o pleito no RS, tanto o ex-ministro como o senador Luis Carlos Heinze (PP) se colocaram como candidatos representantes do bolsonarismo, e Onyx levou a melhor, conseguindo colar a identificação e passando ao segundo turno em primeiro lugar, após obter 37,5% dos votos, sendo o primeiro colocado. Desde o início, a associação com Bolsonaro e com as pautas defendidas pelo presidente foi uma das diretrizes da campanha do parlamentar, tendo como lema “Deus, Família, Pátria e Liberdade!”. Ele também adotou, pela primeira vez, um discurso no qual a religiosidade adquiriu papel central.
Correio do Povo
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