Candidato disputa o governo do RS no segundo turno contra Onyx Lorenzoni
Com 37 anos, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) tenta a reeleição após ter deixado o cargo em março deste ano. Ele se elegeu governador pela primeira vez em 2018, e não estava obrigado a renunciar para concorrer a um segundo mandato consecutivo, mas se afastou em função da expectativa inicial de conseguir ingressar na disputa presidencial, o que acabou não acontecendo.
Leite exerce mandatos eletivos desde 2008, quando, depois de ficar na primeira suplência nas eleições de 2004, assumiu uma vaga na Câmara de Vereadores de Pelotas devido à cassação do vereador Claudio Roberto Inssauriaga, o Cururu. No mesmo ano, se elegeu vereador. Em 2010, disputou uma cadeira na Assembleia Legislativa e ficou na sexta suplência. Dois anos depois, concorreu à prefeitura de Pelotas. No segundo turno, venceu o então deputado federal Fernando Marroni (PT).
Em 2016 anunciou que não disputaria um novo mandato para a prefeitura, sob a justificativa de que era contrário à reeleição, e apoiou sua então vice. Em novembro de 2017 foi escolhido presidente estadual do PSDB. À época, já existia um movimento de lideranças políticas e empresariais no sentido de que se apresentasse para a disputa ao Piratini em 2018. Outra corrente de aliados preferia que tentasse uma cadeira na Câmara dos Deputados. E uma terceira ala trabalhava para emplacar seu nome como vice da tentativa de reeleição do então governador José Ivo Sartori (MDB).
Em agosto de 2018 os tucanos confirmaram a candidatura de Leite ao governo. O ex-prefeito se classificou para o segundo turno da eleição com 286 mil votos à frente de Sartori. Na campanha da segunda etapa, tanto ele quanto o emedebista declararam voto em Jair Bolsonaro na disputa nacional. Ao final, Leite venceu Sartori.
Ainda no período de transição de governo, o tucano conseguiu atrair outras siglas para sua base, obtendo maioria no Legislativo, e garantindo, ao longo de sua administração, a aprovação de projetos polêmicos, como a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), a privatização de estatais do setor energético, a mudança no Código Ambiental e as reformas na administração e na previdência. Em relação à pandemia do coronavírus, adotou diferentes e as vezes antagônicas estratégias de enfrentamento.
No final de 2021, disputou com o então governador de São Paulo, João Doria, as prévias internas do PSDB para indicar o candidato do partido à presidência da República. Doria saiu vencedor e, nos primeiros meses de 2022, Leite ensaiou migrar ao PSD para tentar ser candidato à presidência. Acabou desistindo da troca de partido e adiando as pretensões nacionais para 2026. Doria, sem apoio do próprio PSDB, abandonou a corrida ao Planalto e recentemente deixou a legenda.
Em junho deste ano, dois meses e meio após deixar o cargo, Leite anunciou que disputaria o governo mais uma vez. Teve início novo embate com o MDB, que acabou indicando seu vice, mas se manteve dividido. Apontado inicialmente como favorito na eleição estadual, o tucano enfrentou uma disputa apertada com o petista Edegar Pretto para a vaga no segundo turno, e venceu por uma diferença de 2.441 votos. Na segunda etapa, manteve-se neutro em relação à eleição nacional, sem declarar apoio nem a Bolsonaro nem a Lula e adotou como estratégia a desvinculação da polarização nacional.
Correio do Povo
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