Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais indicam que esta é a doença que mais mata no Brasil
O Parque Farroupilha foi, neste sábado, o espaço para o alerta de um tema importante: prevenção e orientação sobre o acidente vascular cerebral. A atividade Dia Mundial do AVC foi realizada pelo Hospital Moinhos de Vento com o intuito de alertar a população os riscos da doença que mais mata no Brasil, segundo dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ARPEN), com 90 mil mortes.
“Atualmente, há mais casos de obesidade, diabetes e hipertensão entre jovens e essas doenças estão diretamente relacionadas ao AVC. Temos ainda a má alimentação e o sedentarismo, que também aumentam o risco da doença”, alerta a médica Sheila Martins, chefe do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Durante o dia as equipes de saúde realizaram gratuitamente, avaliações de risco de infarto e AVC, com testes de glicose, pesagem dos participantes, medição de pressão arterial, rastreio de arritmia cardíaca, etc. “Aqui nós calculamos os fatores de risco individuais onde o paciente foi alertado sobre esses sinais e sintomas”, explica médica neurologista Thaís Secchi que participou da ação. Também foram realizada ações de educação em saúde para prevenção da doença, como orientações de alimentação, atividades físicas e reabilitação pós AVC.
Embora o AVC seja uma condição mais comum em adultos mais velhos, a incidência em jovens e pessoas de meia idade tem aumentado nas últimas décadas. Um exemplo disso é estudante de fisioterapia Carolina Bettoni Cavalli que há 10 anos teve um AVC enquanto praticava esportes em sua casa dia de domingo, quando estava com a família. “Estava jogando bola e tive, mudou completamente a minha vida”, conta ela, que até hoje ganha os cuidados de uma equipe multidisciplinar, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e neurologistas que ajudam a jovem de 23 anos a amenizar as sequelas deixadas pelo AVC. “Eu ainda tenho dificuldades de falar, de caminhar de me expressar”, relata ela que pretende usar o seu caso no combate à doença. “Com o meu conhecimento e experiência, favorece no entendimento do psicológico de uma pessoa acometida de AVC”, finaliza ela que veio de Bento Gonçalves para participar da ação.
Carolina teve um AVC há dez anos / Foto: Ricardo Giusti
A iniciativa é uma parceria do Hospital Moinhos de Vento com a Organização Mundial do AVC (WSO), a Rede Brasil AVC, a Prefeitura de Porto Alegre e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Durante a semana, médicos neurologistas e equipes assistenciais do Moinhos realizaram as mesmas atividades em unidades de saúde do SUS da capital, com recrutamento dos pacientes de risco para o projeto PROMOTE e iniciativa HEARTS, que têm como foco a prevenção ao AVC, demência e doenças cardiovasculares, na rede pública.
Correio do Povo
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