sábado, 1 de outubro de 2022

PL substitui programas baseados em cotas raciais por critério de vulnerabilidade econômica

 Projeto será analisado por uma comissão especial e, em seguida, será encaminhado ao Plenário da Câmara



O Projeto de Lei 2.105/22, em tramitação na Câmara dos Deputados, substitui os programas de ação afirmativa, que atualmente fundamentam as cotas raciais nas universidades do país para a população negra, por projetos de ação de oportunidade social, que adotam o critério de vulnerabilidade econômica para basear as políticas públicas de equidade.

A iniciativa visa substituir o Estatuto da Igualdade Racial voltado à defesa dos direitos dos negros, pelo Estatuto da Oportunidade Social, que atenderá a população vulnerável. O estudo substitui políticas para a população negra em educação, saúde e cultura, entre outras áreas, por ações contra a discriminação baseadas no critério de pessoas vulneráveis.

O autor da proposta, deputado Helio Lopes (RJ), defende que a ideia é atender às demandas da população parda – para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pardos são os brasileiros com variadas ascendências étnicas – por equidade social. Para Helio, os pardos têm o direito às cotas em universidades negado pelas bancas de heteroidentificação, que chancelam a autodeclaração racial, por não apresentarem perfis físicos e biológicos dos negros. “O Brasil possui potencial de quase metade da população que pode ser excluída em seleções, tendo direitos a políticas públicas negados, devido à aparência física, mesmo sendo os destinatários das mesmas”, sustentou.

O PL 2.105/22 será analisado por uma comissão especial e, em seguida, será encaminhado ao Plenário da Câmara. A Lei de Cotas (12.711) foi publicada em 29 de agosto de 2012 e completou dez anos. Conforme a legislação, a norma deve ser revista ao fim da década de aplicação. Especialistas afirmam que a revisão não significa o fim da política. Sem data para o debate, existem propostas no Congresso para rediscutir o modelo.

Correio do Povo

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