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sábado, 1 de outubro de 2022

Padre Kelmon comenta discussão com Lula e fala em intolerância religiosa: ‘Brasil pode virar a Nicarágua’

 Candidato do PTB ganhou notoriedade no último debate na TV ao tirar petista do sério e trocar farpas com Soraya Thronicke, do União Brasil

Padre Kelmon foi o convidado do programa Pânico desta sexta-feira, 30

Nesta sexta-feira, 30, o programa Pânico recebeu o candidato à Presidência da República Padre Kelmon (PTB). Em entrevista, ele comentou sobre sua discussão com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no debate da Rede Globo. “A regra do debate eu estava cumprindo como tem que ser. Quando fomos conversar eu e o Lula, lembrei-me de tudo aquilo que ele dizia nas redes sociais, que queria colocar os padres e pastores em seus devidos lugares, que não precisa de padre e de outras questões um tanto duras, como ele ensinava nas redes sociais, dizendo que as mulheres podem abortar. Me marcou muito estar de frente com ele, não podia aceitar aquilo. Olhava no olho dele e fiquei um pouco assustado, confesso para você. Senti tanta ausência do amor e tanta presença de ódio. Falando com mim com tanta raiva. Eu só queria que ele explicasse a mim por que ele mente tanto, por que tanto cinismo diante de tanta coisa, por que ele incentiva o aborto”, explicou. Kelmon afirmou que o petista e outros candidatos presentes no debate possuem o mesmo programa ideológico que, segundo ele, busca afastar Deus das pessoas. “Esse homem mente demais, chega. As pessoas não aguentam mais isso. É mais do mesmo ali, os outros partidos de esquerda, a gente sabe que muda apenas as siglas, mas as pautas são as mesmas. A sociedade brasileira não merece isso. Vi a consequência de escolhas erradas com amigos venezuelanos que eu tenho. Este homem [Lula] é fundador do Foro de São Paulo, a base deles é o ódio. Por isso o amiguinho dele, Ortega, está fechando as igrejas e proibindo os cristãos de adorar a Deus. Essas ideologias, no fundo, o que elas querem é tirar a Deus do coração do homem.” 

Durante o debate, o candidato do PTB chegou a ser chamado de “padre de festa junina” pela candidata Soraya Thronicke e acusado de usar uma “fantasia” por Lula. Segundo Kelmon, falas como essas, ditas na noite de ontem, são a representação da intolerância religiosa na política. “Se isso não for intolerância religiosa, é o quê? Não aceitaram o diferente. Se eu sou sacerdote, o outro faz chacota publicamente num canal de TV, me chamar de padre junino? Me chamaram de tanta coisa que eu nem me lembro mais, mas tudo isso é, sim, intolerância religiosa. Se a gente deixar e permitir, pode virar o que acontece na Nicarágua. Sabemos que são os padres e pastores que contribuem bastante no Brasil, cuidando das pessoas. Nós somos ridicularizados publicamente por políticos que deveriam servir o povo e, às vezes, se servem do povo”, opinou. O padre assegura que seu título é legítimo e afirmou que o sacerdócio é um processo sério e extenso. “É preciso ter vocação, depois desse processo é preciso passar por um período de formação. Tudo isso faz parte da caminhada sacerdotal. Primeiro você é um jovem vocacionado, depois você se torna um seminarista, depois você é ordenado diácono. Saber o que é na prática o diaconato e depois disso você é ordenado sacerdote. Há um processo de formação longo, vai de acordo com a congregação religiosa que você faz parte. Tem padres que levam 10 ou 12 anos para ser formados, outros menos. Se vocês pararem para observar. Quantos padres, no inicio da colonização, deram a sua vida e seu sangue? Inauguraram esse país louvando a Deus e agradecendo.”  

Kelmon confirmou ao Pânico seu passado de filiação ao Partido dos Trabalhadores. “Eu era muito jovem e o PT era moda na igreja. Me parece que um amigo próximo era candidato, acho que era vereador”, relembrou.  Hoje, o candidato nega a adjetivação de “cabo eleitoral” de Jair Bolsonaro e afirma estar compromissado com as propostas do PTB. “Eu tenho o direito de ser candidato. Meu partido, o PTB, me escolheu depois da ausência do Roberto Jefferson. O PTB é o único partido cristão e 100% conservador do país. Eu ajudei a escrever um pouquinho do novo estatuto, um partido que defende Deus, pátria, família, vida e liberdade. Somos contra o aborto, está lá no nosso estatuto”, citou.

“Tenho visto que o nosso povo, que não era muito politizado, passou a se interessar mais por política, isso é muito positivo. A gente tem que ficar de olho naqueles que nos governam. A bandeira verde e amarela é um símbolo nacional, deve ser respeitada e amada. É um pedacinho de pano que traz uma história de fundo, a história de muitos brasileiros. Parece que querem rasgar a nossa história e criar uma outra”, concluiu.

Confira na íntegra a entrevista com Padre Kelmon:

Jovem Pan

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