Líder russo respondeu ao ataque à ponte de Kerch com bombardeios a civis na Ucrânia
Jurandir Soares
A crueldade da guerra na Ucrânia é refletida pelas ações desenvolvidas por um lado e outro. Vejam o que fez a Ucrânia. Bombardeou uma ponte visando impedir o suprimento das tropas russas. O que fez a Rússia em resposta: lançou mísseis sobre a capital ucraniana e outras cidades, atingindo prédios residenciais e matando civis, inclusive crianças. Não houve uma preocupação da Rússia em revidar atacando instalações militares ou de infraestrutura ucranianas. O que houve foi uma cruel reação matando civis e fazendo aumentar o deslocamento da população, buscando outros países ou localidades que ainda estejam imunes à guerra.
A Rússia foi abalada no que considera seu território, a Crimeia. O bombardeio que estourou a ponte de Kerch cortou a ligação entre a província e o território russo e travou o abastecimento para as forças de Moscou que lutam na Ucrânia. Uma derrota significativa para Vladimir Putin, que teve seu orgulho ferido. O qual reagiu, como sempre, de forma desumana, retomando os bombardeios à capital Kiev e a várias outras cidades, os quais, como disse, atingiram vários prédios residenciais, causando a morte de civis, incluindo crianças.
Putin considerou o ataque ucraniano à ponte como ato terrorista. Na realidade, terrorismo é o que ele está praticando na Ucrânia. E o pior é que não se vislumbra uma solução para o conflito. Estes atos, pelo contrário, devem provocar um incremento na guerra. A União Europeia convocou reunião de emergência para tratar do assunto, o que significa providenciar o envio de mais armamentos para a Ucrânia e a imposição de novas sanções à Rússia. Os Estados Unidos e a Alemanha decidiram enviar sistemas antimísseis para a Ucrânia se defender.
Em meio a esse incremento no conflito crescem as preocupações com a possibilidade de o presidente russo vir a usar armas nucleares nos ataques. Afinal, ele já declarou várias vezes que se o seu país for atacado não descarta o uso de qualquer sistema de armamento, o que pressupõe a inclusão da armas nucleares. Menos mal que, nesta quarta-feira, o chanceler Serguei Lavrov buscou amenizar a situação, afirmando que seu país não cogita o uso de armas nucleares. E, ao mesmo tempo, Putin acenou com a possibilidade de reunir-se com o americano Joe Biden, na Indonésia, no próximo mês, por ocasião da reunião do G20. Tudo muito vago, mas, quem sabe, seja a luz a despontar no fim do túnel. Mas que não seja um trem que venha no sentido contrário.
Correio do Povo
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