Comerciantes alegam que a pandemia afetou as vendas nos últimos anos
Após superar a queda de vendas por conta dos dois anos de pandemia, os floristas de Porto Alegre têm a expectativa de reaquecer os negócios com o feriado de Finados, na próxima quarta-feira. Proprietária de uma floricultura localizada na frente do Cemitério São Miguel e Almas, Nair Guimarães trabalha há quatro décadas no ponto instalado na avenida Oscar Pereira. Nesta sexta-feira, Nair e mais três auxiliares ajeitavam as primeiras remessas de flores. Mesmo com movimento reduzido às vésperas do feriado, a expectativa é de que a presença dos clientes aumente a partir de domingo, no segundo turno das eleições.
“Tem muita gente que vem até aqui no cemitério ajeitar, arrumar e limpar, porque o movimento só vai começar a partir de domingo. Esta sexta-feira é só a preparação mesmo, pois estamos recebendo flores. A gente está bem prevenido”, afirma. Por conta dos efeitos da pandemia, ela destaca que no ano passado o desempenho das vendas foi péssimo. “Ninguém vinha em cemitério, mas agora está tudo liberado e todo mundo pode visitar os seus tranquilo e sem medo sem nada”, observa. Como o feriado cai no meio da semana, Nair projeta bom número de vendas. “A gente espera que esse ano dê bom, porque não vai dar feriadão, todo mundo trabalha”, completa.
A florista afirma que as encomendas para a data já começaram a chegar. A maioria vem de São Paulo. “A gente se programa sempre em cima daquilo que estamos acostumados a trabalhar. Esse ano eu vou trabalhar com a mesma quantia, mas esperando que seja melhor, porque ano passado não foi tão bom assim”, observa. O sentimento de otimismo também é compartilhado por Regina dos Santos, proprietária de uma floricultura localizada na avenida Natal, em frente ao cemitério João XXIII. “Está melhorando aos poucos. A nossa perspectiva é que seja melhor, que o pessoal venha para arrumar, ajeitar, ver, colocar flores nos túmulos, mas ainda está bem devagar”, afirma.
Na companhia da filha Letícia, que trabalha no local há quatro anos, ela espera que o movimento de clientes aumente no fim de semana. Entre os produtos mais vendidos, estão rosas e crisântemos. Os preços variam de R$ 7,00 a R$20,00. “Tem para todos os 'bolsos'. A gente faz para que todos possam colocar só uma florzinha e não vão levar aquele buquê maior. Então a gente fez os menorzinhos para todos terem condições de colocar no túmulo”, observa. Para as empresárias, o primeiro ano de pandemia foi o mais difícil de superar. “Não tinha nem velório, era enterro direto. A gente trabalhava com as portas fechadas”, afirma.
Para coibir a atuação de ambulantes nos arredores dos cemitérios, a Diretoria-Geral de Fiscalização (DGF) da prefeitura de Porto Alegre vai reforçar a presença nesses locais. À frente da DGF, Lorenci Abrão explica que uma reunião com a Associação Sulbrasileira de Cemitérios e Crematórios (Asbrace) definiu as ações para inibir a presença de ambulantes nos cemitérios. “Fizemos a demarcação com tinta das áreas de contenção, que são as entradas dos cemitérios da Oscar Pereira”, destaca. No fim de semana, a prefeitura vai reforçar a orientação aos ambulantes que atuam sem alvará de floristas. “É uma atividade irregular”, frisa.
Correio do Povo
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