quinta-feira, 6 de outubro de 2022

"Angústia profunda", diz amigo de homem morto a facadas em briga por política no litoral de SP

 Eleitor do PT acertou facadas no estilista José Roberto Gomes Mendes, de 52 anos, que morreu. Vítima era atuante nas redes sociais

“Trabalhador e cuidadoso com os filhos”. Assim o comerciante Udson Pires, de 53 anos, define o amigo José Roberto Gomes Mendes, de 52 anos, morto na terça-feira em razão de uma discussão política em Itanhaém, no litoral de São Paulo.

A investigação aponta que o autor do crime é Luiz Antônio Ferreira da Silva Santos, de 42 anos e apoiador do PT que morava junto com Mendes. Ele não teria gostado de comentários feitos pelo estilista sobre o Partido dos Trabalhadores. Após entrarem em luta corporal, a vítima recebeu vários golpes de faca e não resistiu. Ele deixa esposa e dois filhos.

Amigo de José Roberto há 18 anos, Udson lamentou a morte. “Vejo com angústia profunda e muito pesar”. O comerciante relata que a vítima produzia peças de roupa. Por causa das dificuldades nesse ramo, tornou-se mecânico. “Sempre trabalhou”, diz Udson.

O estilista era natural de Lages, no interior de Santa Catarina, e morava em Itanhaém. Simpatizante do presidente Jair Bolsonaro, José Roberto era bastante atuante nas redes sociais e publicava com frequência posts sobre política.

O caso segue sendo investigado pela polícia. O R7 tenta localizar a defesa de Luiz Antônio Ferreira da Silva Santos. Assim que encontrada e a defesa se manifestar, o conteúdo será adicionado à reportagem. Segundo a Polícia Militar, o agressor relatou que a vítima estava com a faca e que, na hora da confusão, ele próprio caiu sobre a arma.

Política e assassinatos

Esta não é a primeira vez em que uma discussão política termina em morte no Brasil neste ano. Em julho, o policial penal Jorge Guaranho, apoiador de Bolsonaro, assassinou o então tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo de Arruda. O crime ocorreu no dia da festa de aniversário do petista.

Guaranho entrou no local da festa e disparou várias vezes contra o petista, que revidou. O policial penal foi atingido, mas resistiu aos ferimentos. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e por causar perigo comum às pessoas presentes ao local do crime.

Dois meses depois, em setembro, um apoiador do presidente Bolsonaro matou um apoiador do ex-presidente Lula em uma propriedade rural no município de Confresa, em Mato Grosso, na noite de 7 de Setembro — dia em que se comemora a Independência do Brasil.

Segundo a Polícia Civil, a discussão foi iniciada por questões políticas, conforme informado pelo suspeito, que tem 24 anos. Ele foi preso em flagrante e a prisão foi convertida em preventiva (sem prazo de duração) pelo Judiciário.


R7 e Correio do Povo

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