Em evento em Novo Hamburgo, o presidente, que é candidato à reeleição, defendeu a redução de preços de combustíveis
"Trocaria 20 vezes se fosse preciso", afirmou o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, em relação ao comando da Petrobras. A manifestação, feita na manhã deste sábado, durante evento em Novo Hamburgo, ocorreu quando Bolsonaro comentou a diminuição do preço dos combustíveis nas refinarias. O presidente disse que só conseguiu isso "após quatro trocas de presidentes" e que, na sua visão, o atual mandatário, Caio Mario Paes Andrade, entende o cenário relativo à guerra na Ucrânia.
Bolsonaro também defendeu as bandeiras da sua gestão, como a família e a propriedade privada. "Nosso governo defende acima de tudo nossa liberdade, limites quem dá é a lei, não uma pessoa em uma canetada. Queremos eleições transparentes, defendemos a Constituição e nunca saímos das quatro linhas da mesma", disse já na parte final de seu discurso, durante a participação no evento, realizado pelo partido, "Mulheres pela Vida e pela Família", que reuniu cerca de 6 mil mulheres. O público, majoritariamente feminino, esteve nos pavilhões da Fenac, muitas vestindo as cores verde e amarelo, portando bandeiras do Brasil ou vestimentas alusivas a Bolsonaro, incluindo uma faixa que autointitulava as participantes de "As Tias do Zap".
Momento mais esperado por suas apoiadoras, o candidato à reeleição chegou ao pavilhão acompanhado da esposa, Michelle, por volta das 11h. Cerca de dez minutos depois, ambos subiram ao palco, junto com o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), candidato ao Senado pelo RS, e sua esposa.
Em um discurso recheado de críticas ao principal adversário, Lula (PT), mas sem citar o nome do candidato em nenhum momento, Bolsonaro voltou, por exemplo, a defender o direito ao porte e posse de armas, enquanto "o outro quer transformar clube de tiro em bibliotecas". Voltou ainda a falar sobre um assunto recorrente em sua campanha, citando a relação do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, com a Igreja Católica. Ele também fez críticas aos protocolos adotados no Brasil durante a pandemia. "Igreja não se fecha nem em época de guerra", disse.
Ao deixar o palco, ele conversou com apoiadores e seguiu, após, para a Base Aérea de Canoas, onde viajou para Brasília. A participação no evento encerrou a passagem de dois dias do presidente pelo Rio Grande do Sul. Na sexta-feira, Bolsonaro esteve na abertura da Expointer, em Esteio, e depois, à noite, acompanhou o jogo do Grêmio contra o Vila Nova, na arena, em Porto Alegre.
Michelle e Damares
Atuando para aproximar a candidatura de Bolsonaro do eleitorado feminino e evangélico, Michelle faz um discurso enaltecendo as virtudes do marido e citando uma "guerra espiritual" no cenário de eleições. "A gente não queria misturar política com religião, mas, hoje, é o momento sim de falar de política para amanhã falar de Jesus", disse.
Pouco antes, Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos e candidata ao Senado pelo Distrito Federal, subiu ao palco. "Estamos reconstruindo os muros dessa nação, estamos reconstruindo a nossa pátria e nossos inimigos estão dizendo que não vamos conseguir realizar nossa missão", disse após citar passagem bíblica. Damares destacou papel da igreja no combate a esses "inimigos". Ela também criticou a "ideologia de gênero dentro das escolas", que "confunde nossos meninos", em suas palavras, além de reafirmar sua posição contrária ao aborto.
Idealizadora e Bolsonora
A abertura do evento, por volta das 9h25, coube a Claudinha Jardim, candidata a vice-governadora na chapa de Onyx Lorenzoni (PL), que passou a palavra e compartilhou a condução do ato com a esposa do candidato, Denise, idealizadora do evento. "Era importante que o RS pudesse mostrar ao Brasil que estamos mobilizados, de verde-amarelo, para garantir o futuro de nossos filhos e netos", disse o postulante ao Piratini ao microfone.
Já Denise enfatizou que "não se tratava de um evento religioso". No palco, além de lideranças religiosas femininas, a esposa de Eduardo Bolsonaro, Heloísa, natural de Novo Hamburgo, também falou ao público. Conhecida como "Bolsonora", termo que ela mesma adota, Heloísa palestrou sobre família e casamento, fazendo críticas ao movimento feminista, que em suas palavras, "desvaloriza a família, a figura masculina e os valores cristãos".
Correio do Povo
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