domingo, 4 de setembro de 2022

Pêndulo

 Guilherme Baumhardt


Estamos em ano eleitoral. Há no país uma vertente tentando vender a ideia de “pacificação do Brasil”. A causa parece nobre. Afinal, quem não quer “o fim do ódio”? Observando o fenômeno com mais calma e atenção, percebemos que não é bem assim. Pergunta fundamental: onde estava essa gente na época do “nós contra eles”, protagonizado e turbinado pelo PT durante anos no Brasil?

O que há no país hoje é uma reação. É como se o pêndulo de um relógio fosse levado com muita força e por muito tempo para um lado – o esquerdo. E agora volta com força para o outro lado. E de onde vem essa força? De gente que estava cansada. Empresários cansados de serem chamados de exploradores, expressão usada por pessoas que nunca contrataram ninguém, nunca assinaram uma carteira de trabalho na vida. De gente que não era racista, mas assim foi chamada por não apoiar um sistema de cotas raciais para concursos públicos. São inúmeros os exemplos.

Essas pessoas cansaram de “apanhar”. Cansaram de ficar quietas. Durante anos viram um dedo apontado para a sua cara, como se fossem os culpados de todo o mal existente no país. Era uma panela de pressão sob fogo permanente. Uma hora a coisa explode. E explodiu com a ascensão de um grupo político que estava à margem, no Brasil, mas que era numeroso – tão numeroso que garantiu a vitória de Jair Bolsonaro e de uma onda de candidatos apoiados por ele, na disputa de 2018.

A esquerda, que agora vende paz e amor, é na verdade aquele moleque chato, que passa o recreio da escola provocando os colegas, arranjando briga com tudo e com todos, torrando a paciência de quem está ao redor. E que quando leva um puxão de orelhas ou uma bordoada, sai correndo, procurando a mãe ou a saia da avó, posando de vítima. Agora se apresentam como mercadores da paz. Só convencem os incautos e ingênuos.

Roger X Renato

Há uma tentativa de transformar a troca de comando do Grêmio em um episódio político. Bobagem. Roger foi demitido porque perdeu dois jogos, contra dois times mais fracos – Ituano e Criciúma. O agora ex-treinador foi desligado porque seu time viu derreter uma boa vantagem na tabela da competição. A direção não quer correr o risco de ver o clube mais um ano na série B. Ponto. Tudo que for além disso não passa de lacração de gente que ainda não saiu do grêmio estudantil.

 

Besteirol

Alguns tiveram a insensatez de falar em “supremacismo”, “racismo” e “bolsonarismo”. É coisa de gente que vive um delírio permanente – recomendo ajuda e, quem sabe, até tratamento médico. Pode ser coisa séria. Lembrando: Roger foi contratado e demitido pela mesma gestão. Quando foi convidado para assumir o Grêmio, já se sabia que o treinador havia feito campanha para Manuela D’Ávila na eleição passada e isso não impediu o convite para que treinasse o time. “Bolsonarismo”? Não sei se é desinformação ou má-fé. Romildo, o atual presidente do Grêmio, é do PDT, partido que está bastante distante do governo de Jair Bolsonaro. Que turma cansativa... A parte boa: cada vez menos gente dá bola para esse nível de groselha.

Não caia nessa

Dias atrás, uma colunista do jornal Folha de S. Paulo noticiou: “PT muda estratégia e passará a atacar Bolsonaro em programas de TV”. Segundo ela, a intenção é frear a queda da rejeição do atual presidente. Besteira. Há um dado revelador por trás da decisão: quem conhece minimamente o marketing político sabe que político bem posicionado em pesquisa eleitoral não pode e nem deve partir para o ataque. É hora e espaço de apresentar propostas, talvez se colocar como vítima de eventuais ataques promovidos pelos outros. É básico, elementar. O que eu quero dizer com isso? Que as pesquisas que mostram larga vantagem lulista na corrida ao Planalto talvez não inspirem confiança no comitê petista. Ou que pesquisas internas mostrem outra coisa, um cenário não tão favorável ao ex-presidiário.

Companheiros!

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina mostrou o que todos já sabem: 80% dos jornalistas brasileiros se dizem de esquerda. De direita? A minoria – em uma proporção inferior, inclusive, ao grupo daqueles que preferiram não manifestar preferência ideológica. Antonio Gramsci, o pai da ideia de doutrinação cultural, se vivo estivesse, ficaria orgulhoso. Lenin e Josef Stalin talvez reconhecessem o êxito gramsciano, enquanto Fidel Castro e Mao Tsé-Tung abririam um largo sorriso.

Ainda sobre o jornalismo

Antigamente a palavra “mas” (ou outra conjunção adversativa) aparecia na chamada linha de apoio, logo abaixo da manchete. Hoje é comum vermos a ressalva já no topo da página, na chamada principal. Não é crime e não está necessariamente errado, mas revela um desejo de parcela da imprensa. Do jeito que a coisa anda, se encontrarem água em abundância no deserto, o texto será: “Satélites localizam água no deserto, mas camelos correm agora risco de afogamento”.

Correio do Povo

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