sexta-feira, 2 de setembro de 2022

JORNALISMO 007, LICENÇA PARA MATAR A VERDADE - 02.09.22

 Por Percival Puggina

 

Na excelente revista Oeste, li que, a pedido da Globo, o PT retirou os vídeos em que reproduzia a fala de William Bonner afirmando Lula nada dever à Justiça.


A Globo pede e o PT atende, claro.


Vai entrar para a história, contudo, a frase de Bonner. Ela foi maliciosamente construída pela Globo em laboratório de enganação. Não por acaso, inclui a dupla negação “não deve nada”, onde o “não” é usado como reforço da negação, comum na linguagem coloquial. Nada dever à Justiça não equivale a nada dever ao sentimento de justiça nem a ser inocente.


No entanto, infestada de falsificação da verdade, a peça vinha sendo repetida como “prova de inocência”, embora as provas de culpa se acumulem em montanhas que não deixaram de existir.

 


Lula só está solto e pode ser candidato por razões que têm tudo a ver com as evidências de suas culpas.



Os advogados criminalistas sabem que quando as provas condenam seus clientes, o caminho a ser percorrido é o das nulidades processuais. Inocentes lutam para evidenciar a inexistência ou insuficiência das provas, lutam pela preservação da própria imagem, lutam pela honra. Nulidades processuais andam pelas frestas dos códigos quando a casa vai cair ou já caiu.  


A frase de Bonner é marco do ridículo histórico fixado pelo modo como foram conduzidas as entrevistas feitas contra Bolsonaro e a favor de Lula. Nem este acredita em sua inocência, apesar do auxílio recebido do jornalismo 007. Por isso, vive como um prisioneiro por conta própria.  


Pontocritico.com

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