domingo, 4 de setembro de 2022

Hackers afirmam ter furtado dados de milhares de passageiros da TAP

 por Giuliana Miranda

Grupo Ragnar Locker disse que 'centenas de gigabytes' de dados foram comprometidos

LISBOA

Um grupo de hackers afirma ter invadido o sistema da companhia aérea TAP e furtado informações, incluindo dados pessoais, de milhares de clientes. A empresa portuguesa opera em 11 capitais brasileiras e é uma das principais rotas de ligação do Brasil com a Europa.

TAP respondeu à alegação do grupo com uma nota ambígua, em que não confirma e nem desmente o furto de informações sensíveis. Na última semana, a companhia anunciou que fora vítima de um ataque virtual, mas garantiu que não havia evidências de comprometimento de dados.

 

"Estão hoje a ser divulgadas alegações de um grupo organizado de crime informático de que terão sido roubados dados de clientes. A TAP continua a adotar, com o apoio de uma entidade externa internacional e em articulação com as autoridades, todas as medidas de contenção e remediação adequadas para proteger a empresa e os seus clientes", disse a empresa, em nota.

Até o momento, especialistas em segurança independentes não confirmaram o ataque. Em muitos casos, grupos criminosos fazem alegações grandiosas para tentar pressionar empresas a pagarem um resgate.

O anúncio do suposto megavazamento da empresa foi feito pelo grupo Ragnar Locker, em uma página na deep wep. Os hackers acusam a TAP de ter mentido sobre a gravidade do ataque da última semana.

O grupo afirma que o comprometimento de dados agora foi de "centenas de gigabytes", sendo maior do que o ocorrido na invasão ao sistema da companhia aérea EasyJet em 2020. 

"Pelo vazamento das informações pessoais de 'apenas' 400 mil clientes, a EasyJet enfrenta uma ação legal no valor de 180 milhões de libras por ter perdido esses dados", dizem os hackers, que ironicamente sugerem que a TAP contrate bons advogados.

O grupo afirma que publicará novas informações em breve. Enquanto isso, para mostrarem o que seria o potencial conteúdo dos dados obtidos, publicaram uma captura de tela com uma lista de nomes e outras informações pessoais de supostos clientes.

O Ragnar Locker está em atividade desde 2019, tendo realizado ofensivas contra grandes empresas como a EDP, também portuguesa, e a Dassault Falcon.

Fonte: Folha Online - 01/09/2022 e SOS Consumidor

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