quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Ciro promete revogar flexibilizações a armas e diz que vai trocar comando do Banco Central

 Em sabatina na Record TV, candidato do PDT diz que armas servem para matar e afirma que demitirá presidente do BC se for eleito



candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse nesta terça-feira (27) em sabatina na Record TV que vai anular os decretos editados pelo presidente Jair Bolsonaro que flexibilizaram o porte e a posse de armas de fogo e a comercialização de munições. Na entrevista, ele também afirmou que vai trocar a presidência do Banco Central e criticou a lei que deu autonomia à instituição.

Segundo Ciro, “armas só prestam para matar”. Ele disse que, em um eventual governo, quer que apenas profissionais da segurança andem armados em locais públicos. "Meus valores cristãos me ensinaram que arma só presta para matar, e eu sou da vida. Alguém que é cristão e se diz pela vida porque é contra o aborto é muito incoerente defender arma. No meu governo, arma na rua só desmontada ou na mão de autoridade."

O político do PDT ainda comentou que anular as normas assinadas por Bolsonaro que facilitaram o acesso a armas é necessário para evitar que elas cheguem às mãos de membros de organizações criminosas.

“As autorizações vão ser todas revistas. Hoje, essa frouxidão [das regras] está fazendo com que armas pesadas estejam indo parar nas mãos de milícias e de facções que mandam e desmandam sob clima de terror nas periferias do Brasil”, opinou Ciro, que se comprometeu a “desbaratar as organizações criminosas”.

Banco Central

Em fevereiro do ano passado, Bolsonaro sancionou a lei que estabeleceu autonomia ao Banco Central. Com isso, os mandatos do presidente e dos diretores da instituição passaram a ter vigência não coincidente com o do presidente da República. Ciro, no entanto, disse que não vai manter o atual presidente, Roberto Campos Neto, que tem mandato até 2024.

“Ele será convidado a se demitir no primeiro dia do governo. E eu o demitirei se ele não se demitir”, afirmou o candidato. Segundo ele, manter a atual gestão do Banco Central seria fazer com que o Brasil continuasse refém de uma política econômica que não traz resultados efetivos. Ciro criticou os adversários dele, em especial o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sinalizar que deve manter Campos Neto.

"Lula está comprometido em manter a direção do Banco Central que o Bolsonaro nomeou. O Lula está pedindo que a gente derrote o fascismo, mas vendeu-se ao sistema financeiro. E eu quero ser presidente só se for para mudar isso. Como vou resolver o problema da maior taxa de juros do mundo se deixo Banco Central comprado pelo sistema financeiro?", questionou.

Ciro foi o segundo a participar das sabatinas que a Record TV realiza nesta semana com os candidatos à Presidência da República. Na segunda (26), o entrevistado foi o presidente Jair Bolsonaro (PL). A próxima a participar é Simone Tebet (MDB), na quarta (28). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi convidado, mas não quis comparecer.

R7 e Correio do Povo

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