quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Avião com o caixão da rainha Elizabeth II pousa em Londres

 Aeronave C-17 Globemaster pousou na base militar de Northolt


O corpo de Elizabeth II chegou nesta terça-feira (13) a Londres para seis dias de homenagens populares e um funeral de Estado, após o adeus dos escoceses à sua rainha, falecida na quinta-feira aos 96 anos, depois de sete décadas no trono.

Um avião C-17 Globemaster, recentemente utilizado em missões de ajuda à Ucrânia, pousou na base militar de Northolt às 18h54 locais (14h54 de Brasília), transportando o caixão, envolto com o estandarte real e uma coroa de flores.

Horas antes, oito pessoas carregaram o caixão sob os olhares de uma multidão reunida do lado de fora da Catedral de St. Giles, em Edimburgo, onde permaneceu em uma capela ardente desde a tarde de segunda-feira.

A única filha da rainha, a princesa Anne, de 72 anos, acompanhou a última viagem de Elizabeth II, cujos restos mortais passarão a noite no Palácio de Buckingham rodeados por membros da família real, chefiada pelo novo monarca, Charles III.

Enquanto o país se despede de sua mãe, o rei de 73 anos se instala no trono que sua mãe ocupou por sete décadas, tornando-se símbolo de união e estabilidade. Isso inclui uma viagem pelas quatro nações que compõem o país: Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte.

A etapa da Irlanda do Norte, que Charles III realizou nesta terça-feira, é considerada a mais delicada. Desde que os britânicos mantiveram, em 1921, este pedaço da ilha após a independência da Irlanda, a região dividiu-se entre católicos e protestantes.

Profundamente devotados à rainha falecida, os unionistas da Irlanda do Norte, protestantes, temem que a sua causa perca força em um contexto político alterado pela saída da União Europeia e pelo avanço dos nacionalistas republicanos e católicos a favor da reunificação com a vizinha Irlanda.

"Assumo minhas novas tarefas determinado a buscar o bem-estar de todos os habitantes da Irlanda do Norte", prometeu Charles III no Castelo de Hillsborough, no sul de Belfast, aos representantes políticos locais.

A visita de Elizabeth II à Irlanda em 2011 foi a primeira de um monarca britânico desde a independência e ajudou a selar a paz na região.

Milhares de pessoas

Dezenas de milhares de pessoas passaram desde segunda-feira pela Catedral de Saint Giles para homenagear a monarca britânica.

Gavin Hamilton, de Edimburgo, ficou na fila por mais de cinco horas e só conseguiu entrar na catedral às 2H50. E milhares de pessoas continuavam na fila. "Na fila havia pessoas que vieram de Aberdeen, a quase 100 milhas (160 quilômetros)", disse.

Elizabeth II faleceu na quinta-feira, em sua residência de Balmoral, na região das Highlands escocesas.

Após passar a noite no "Bow Room" do Palácio de Buckingham, ao lado da família, na quarta-feira será levada para o Westminster Hall, a ala mais antiga da sede do Parlamento britânico.

Centenas de milhares de pessoas devem passar pelo local para prestar homenagem à rainha. O governo alertou que as pessoas podem ser obrigadas a passar várias horas na fila antes de se aproximarem do caixão. "Levem isto em consideração antes de decidir sobre comparecer ou trazer crianças", advertiu Downing Street.

Desde segunda-feira, várias pessoas já aguardavam diante do Parlamento, 48 horas antes da abertura do local para o público, prevista para quarta-feira às 17h00 (13h00 de Brasília).

"Eu disse a minhas filhas que definitivamente vou apresentar meus respeitos presencialmente. Estou feliz por estar na fila, não importa o tamanho", disse Vanessa Nanthakumaran, uma das primeiras pessoas na fila.

No domingo está previsto um minuto de silêncio às 20h00 (16h00 de Brasília).


AFP e Correio do Povo

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