Em entrevista ao Pânico nesta sexta, presidente afirmou que vai comparecer ao debate no próximo domingo, 28, e disse que operação contra executivos foi ‘interferência visando o poder’
O presidente Jair Bolsonaro deu uma entrevista ao Pânico, da Jovem Pan, nesta sexta-feira, 26. Candidato à presidência da República pelo Partido Liberal (PL), o mandatário falou sobre temas como crescimento econômico, papel das Forças Armadas no processo eleitoral, auxílio sociais e decretos de armas de fogo. Durante as três horas de entrevista, o chefe do Executivo também rebateu críticas a sua gestão, avaliou falas recentes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto, e confirmou que vai participação nos debates presidenciais, previstos para começar no próximo domingo, 28. “Vou ser fuzilado, vão atirar em mim o tempo todo, porque eu sou um alvo compensador para eles. Mas acredito que a minha estratégia vai dar certo. As perguntas eu já me preparei como fazer e as respostas vão ser simples. Não devo nada”, reforçou. Em suas principais falas, o presidente criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de proibir o uso de celular no momento da votação nas eleições de outubro deste ano. Segundo decisão unanime desta quinta-feira, 25, eleitor deverá entregar o seu próprio celular a uma mesa receptora antes de se dirigir à cabine de votação. Além disso, outros aparelhos eletrônicos também serão proibidos na hora de votar, nem mesmo guardado no bolso, o que Bolsonaro condena. “O que eu mais recebi em 2018 foram pequenos vídeos de pessoas pelo Brasil todo que iam votar e ia apertar o 17 e não saia. Dava encerrado, aparecia o Haddad ali e encerrava a votação. Eles querem encerrar isso daí”, afirmou Bolsonaro, voltando a falar sobre supostas irregularidades no funcionamento das urnas eletrônicas e chances de fraudes no pleito.
“Será que não conseguiram sanar isso ou existe propositalmente para tentar mexer no número da votação no final”, também questionou. Adiante, o presidente da República também falou a respeito da operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal contra oito empresários, incluindo executivos das lojas Havan, Mormaii, Tecnisa e Coco Bambu, acusados de defender, em um grupo de Whatsapp, um golpe de Estado, em caso de vitória do ex-presidente Lula. Na visão de Bolsonaro, a ação ocorreu por uma interferência direta do ministro Alexandre de Moraes. “Esse ministro escala o seu delegado da Polícia Federal e determina que faça isso ou aquilo. Quando o delegado, por ordem dele, pede busca e apreensão, e dizem ‘a Polícia Federal’… Não é a PF. Não é, e ponto final. É ele que quer fazer isso daí. É uma interferência buscando atingir seus objetivos, que, no meu entender, é o poder”, afirmou o candidato à reeleição. Em outros momentos da entrevista, Jair Bolsonaro também voltou a criticar Alexandre Moraes e a interferência diária por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e, agora, presidente do TSE. “É mais uma de uma interferência por semana, é um inferno a minha vida. É uma missão, uma aprovação”, acrescentou, afirmando ainda que tentou uma aproximação com Alexandre de Moraes, mas que, infelizmente, não teve sucesso. “Por mim seria amigo de todos eles [ministros], mas cada um no seu quadrado.”
Na entrevista, Bolsonaro também abordou sobre outros temas, como a continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600; redução dos recursos da Lei Rouanet, da Cultura, de R$ 10 milhões para R$ 500 mil por ano para cada artista; atualização da tabela do Imposto de Renda, avaliada pelo ministro Paulo Guedes; disse que gostaria do apoio de Romeu Zema (Novo) em Minas Gerais “desde o primeiro momento” e respondeu sobre o Orçamento Secreto, o piso de enfermagem e a influência do Centrão no governo. “Falei em 2018 que iria governar com o Congresso que o povo elegesse. Não tem como governar sem partidos de Centro, você não aprova nada”, afirmou. Também questionado sobre traições que sofreu na política, o presidente citou os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, que esteve à frente do Ministério da Saúde e virou um “garoto propaganda da Globo” e falou sobre a saída de Sergio Moro, ex-juiz e ex-ministro da Justiça. “Subiu à cabeça do Moro o poder. Ele queria uma indicação ao Supremo, jamais passaria na sabatina do Supremo, e estava na cabeça dele disputar a presidência um dia. Se ele tivesse se mantido numa boa comigo, ele poderia ser meu vice agora. O poder sobe à cabeça”, conclui.
Confira a entrevista completa do presidente Jair Bolsonaro no Pânico:
Jovem Pan
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