Candidatura de Beto Albuquerque ao governo do RS poderá ser discutida pelo partido, mas decisão não partirá dos petistas
O anúncio da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, de que o PSB havia recuado da candidatura de Beto Albuquerque ao Piratini para apoiar Edegar Pretto no Rio Grande do Sul, representou apenas mais um episódio tenso e equivocado na já estremecida relação entre os dois partidos no Estado. A fala de Gleisi foi desmentida, em seguida, pelo próprio Beto Albuquerque, que divulgou um áudio sobre o caso. “Refuto e repilo a versão da Folha de São Paulo, saída da boca irresponsável da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, querendo anunciar decisões do PSB. Minha candidatura pode sim ser discutida, mas pelo PSB, não pelo PT”, disse Beto.
O PSB também divulgou nota sustentando que em nenhum momento debateu a possibilidade de retirada da candidatura em apoio ao PT, nem foi consultado sobre o assunto pela direção nacional. “Diante do exposto, repudia veemente o gesto arrogante da presidente nacional do PT de querer falar em nome dos socialistas e reafirma a não coligação com o Partido dos Trabalhadores no Estado”, diz trecho do texto.
Beto viajou nesta quarta-feira para Brasília. Nesta quinta-feira ele participa de reunião da executiva nacional do PSB e na sexta-feira da convenção nacional do partido. Beto reconheceu, no áudio, que há questões que precisam ser discutidas com o presidente nacional, Carlos Siqueira, como os recursos para viabilizar a campanha. “Há resistências para a liberação de recursos já que estamos sozinhos, sem coligação. Vou tratar sobre isto com o Siqueira”, afirmou.
A manifestação de Beto evidencia que ele não irá insistir em uma candidatura que se transforme em aventura. Também não há chances dele disputar o Senado. Em várias oportunidades, o socialista afirmou que “ou seria candidato a governador ou iria para casa”. No caso de recuo de Beto, e como o PSB não cogita apoiar o PT e vê dificuldades em aderir a campanha de Vieira da Cunha, do PDT, que não abriu mão da cabeça de chapa nas negociações com o PSB, a saída seria lançar outro nome como cabeça de chapa na disputa ao governo gaúcho, para marcar posição. Já há socialistas fardados para a empreitada.
Correio do Povo
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